Autor: Correio | Foto: PRF/Divulgação
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) deflagrou uma operação contra o tráfico de animais silvestres na Bahia, na última sexta-feira. O objetivo era, segundo a PF, era coibir a criação e a caça dos animais com ações pontuais nas cidades de Ribeira do Pombal e Paulo Afonso.
Para PRF, a Bahia destaca em casos de tráfico de animais silvestres por sua grande diversidade da fauna brasileira, além de ser a principal rota entre a região Sudeste e os demais estados do Nordeste.
Os policiais encontraram uma grande quantidade de aves aprisionadas em gaiolas pequenas e em condições precárias de falta de higiene (cobertas com fezes e urina), sem água, com restrição de movimento, privação de luz e sem circulação de ar. De acordo com a PRF, havia condições evidentes de maus-tratos.
Ao todo foram resgatadas 74 aves silvestres das espécies conhecidas popularmente como cabeça vermelha, azulão, bigodinho, canário da terra, sabiá larajeira, sofré, sanhaço, periquito da caatinga, curió, tico-tico, coleirinha, baiano, cabloclinho, canário belga.
Foram resgatadas até mesmo aves ameaçadas de extinção. Um dos exemplos é o pássaro conhecido como azulão, natural da caatinga e alvo constante de traficantes por sua beleza exuberante e alto valor no mercado. Esses pássaros costumam ser levados para todo o país e até para o exterior por seu canto diferenciado.
Os responsáveis pela criação e aprisionamento ilegal foram identificados e assinaram o Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). Eles devem responder por crimes contra o meio ambiente. A PRF também promoveu ação de conscientização e educação ambiental.
As aves foram encaminhadas ao Cetas. Lá, passaram por triagem e foram alimentadas e tratadaspor equipes de veterinários, biólogos e demais profissionais capacitados. Alguns deles tinham condições de serem reinseridos na natureza e foram soltos ainda durante a operação.
No entanto, em muitas situações, os animais precisam de maiores cuidados veterinários por lesões provenientes da captura ou por estarem debilitados por conta da má alimentação no cativeiro. Além de tratar a saúde, é comum que tenham que reaprender funções básicas como voar e buscar seu alimento na natureza.