Como evitar artrite no frango? Doença pode comprometer abate
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Como evitar artrite no frango? Doença pode comprometer abate

A lesão pode ser causada tanto por manejo incorreto quanto por vírus ou bactérias. Observar os animais várias vezes ao dia é regra

Autor: Canal Rural, Ligados & Integrados | Foto: Divulgação

Cada uma das etapas de produção deve ser realizada com muita atenção, afinal, é um ciclo. O que aparentemente é só um probleminha pode se tornar um problemão. Você já reparou se as aves na sua granja apresentam algum desconforto ou dificuldade de locomoção? As artrites em frangos de corte podem causar danos irreversíveis à saúde dos animais. E acende o botão de alerta, Sinal de que alguma coisa vai mal no manejo. O médico veterinário Willian Biazolli, de Caarapó (MS), explica que a artrite é uma inflamação que pode ocorrer em uma ou mais articulações das aves, reduzindo a movimentação e influenciando no desempenho zootécnico.

De acordo com Willian, as artrites levam às condenações de abate e, portanto, podem gerar grandes perdas econômicas. O produtor deve ficar atento ao comportamento das aves para identificar o problema. “São diversas as causas da artrite, como agentes patogênicos, bactérias, vírus e manejo incorreto, quando a ambiência dentro do galpão deixa a desejar. O excesso de ventilação sobre as aves, por exemplo, faz com que os animais permanecem acamados por muito tempo, e o contato prolongado das articulações com a cama exerce pressão sobre o vaso sanguíneo, dando início a um processo de inflamação. A situação pode se agravar se a cama não for de qualidade e liberar amônia. As técnicas de manejo do programa de luz, o ganho de peso acelerado e as densidades elevadas também podem predispor o surgimento de artrite”, aponta.

As características das lesões de artrite são diversas e, para evitar o problema, o produtor deve seguir algumas orientações técnicas. Willian dá dicas de manejo para garantir a saúde dos animais. “Invista na quantidade adequada de equipamentos, como bebedouros e comedouros, e faça a regulagem diária para facilitar o acesso e o consumo; use cercas divisórias para melhorar a distribuição das aves dentro do galpão; mantenha a cama seca e macia e a ambiência ideal de acordo com as necessidades das aves em cada idade do lote. Promova o máximo de conforto e bem estar às aves e não hesite em comunicar seu extensionista sempre que houver necessidade”, conclui.

A médica veterinária Priscila Diniz explica que os problemas de artrite podem ser notados quando estão começando a se desenvolver, mas, dependendo da gravidade, são irreversíveis. “Logo no início podemos observar sinais clínicos, como problemas de locomoção, baixo ganho de peso e desuniformidade do lote. Em relação às lesões nas articulações, notamos aumento de volume na região e coloração esverdeada devido ao vazamento de sangue, que é uma característica de hemorragia. Precisamos avaliar se o quadro é infeccioso ou não, e se as característica são agudas ou crônicas. Se for um problema de manejo, há chances de reversão. Já em casos infecciosos, a agressão vai permanecer e pode se tornar crônica, e aí a definição acontece no momento do abate”, diz.

Priscila afirma que as causas infecciosas da artrite ainda passam por estudos. A veterinária destaca que as causas bacterianas e virais estão sendo avaliadas em laboratórios. “Se o problema for bacteriano, podemos fazer o tratamento com antibioticoterapia. No caso do vírus, existem medidas de prevenção e controle da enfermidade. Estamos desenvolvendo mais estudos nesse sentido”, finaliza.