88% avaliam que estão sendo prejudicados porque a taxa de juros do país está elevando seus custos junto a fornecedores
Entre fevereiro e março deste ano, a alta dos juros impactou de forma negativa o setor industrial. Por conta das elevadas taxas, 88% avaliam que estão sendo prejudicados e elevando seus custos junto a fornecedores. É o que aponta a pesquisa “Indicador Nacional de Atividade da Micro e Pequena Indústria”, realizada pelo SIMPI/Datafolha.
O grau de prejuízos causados se manifesta de várias formas, sendo que as dificuldades não se limitam somente entre os empresários, mas também aos fornecedores e o consumidor final. “É uma série de componentes que leva a este cenário. Os juros sobem, consequentemente a matéria prima e os produtos também. A consequência disso tudo é que o salário do consumidor não acompanha, com isso, as vendas diminuem e a economia começa a desacelerar”, avalia Joseph Couri, presidente do SIMPI.
Na tentativa de desafogar as contas, os empréstimos e financiamentos aparecem como opções para aliviar as finanças. Entre as micro e pequenas indústrias, 11% realizaram consulta para estas condições, no período mencionado, sendo que, deste grupo, 30% tiveram aprovação de crédito. Mesmo assim, mais uma vez a taxa de juros aparece como obstáculo e é o principal empecilho na tomada de empréstimo ou financiamento, seguido por falta de linhas adequadas para o porte das MPI’s. Outros fatores como restrições por causa de outras dívidas, garantias exigidas e prazo para pagamento também aparecem como dificuldades entre as micro e pequenas indústrias.
O que complementa este cenário foi a avaliação do capital de giro: 50% disseram ter têm capital de giro insuficiente, e somente 9% estão em situação confortável, com mais capital de giro do que o suficiente.
Além disso, o uso do cheque especial também se mostrou presente: 11% usaram cheque especial como capital de giro. Em segundo lugar aparecem empréstimo PJ e empréstimo pessoal.
Reflexo deste cenário ruim foi a inadimplência: a taxa de empresas que deixou de pagar as contas oscilou de 29% para 26%, entre os itens: fornecedores e/ou Dívidas com bancos ou financeiras e/ou Despesas em geral e/ou Impostos ou taxas e/ou Contas de consumo (energia, água, telefonia, etc).
Expectativa de crise
A pesquisa indica ainda que 55% das MPI’s veem o cenário de crise econômica forte e sem previsão de quando a economia voltará a crescer. Se comparar de forma separada, a micro em relação à pequena empresa, o cenário é mais pessimista: 68% avaliam que a crise ainda é forte e somente para 1% a crise já passou.
Mesmo assim, 36% do total espera por uma melhora na economia do país, para os próximos três meses.
Sobre a pesquisa
Realizado pelo Datafolha, a pedido do SIMPI, o Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo, traz um panorama geral da categoria. A coleta de dados ocorreu entre os dias 08 e 24 março de 2023, foram realizadas 712 entrevistas.
Fonte: Dar Redação | Foto: