O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que os estados do Sul e Sudeste têm mais pessoas trabalhando ao invés de viverem de auxílio emergencial. A fala, que tem sido duramente criticada, foi feita na última sexta-feira (2), em um evento. Zema tem sido acusado de xenofobia contra pessoas de estados do Nordeste, Norte e Centro-Oeste.
“Se tem estados que podem contribuir para esse país dar certo eu diria que são esses sete aqui. São estados onde, diferente da grande maioria, há uma proporção muito maior de pessoas trabalhando do que vivendo de auxílio emergencial. São estados onde há um setor produtivo muito mais dinâmico, então com toda a certeza boa parte da solução do Brasil passa por esses sete estados aqui”, disse, referindo-se aos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além de Minas.
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) pediu que o governador seja responsabilizado judicialmente. O senador Humberto Cpsta (PT-PE) também criticou a fala. “O governador Romeu Zema fez declarações xenofóbicas atacando o Norte, o Nordeste e o Centro-Oeste do Brasil”, escreveu, no Twitter.
RESPEITA O NORDESTE!
Que infelicidade ver essas declarações criminosas do governador Romeu Zema, um exemplo típico do preconceito bolsonarista!
Que o governador seja responsabilizado judicialmente por sua fala digna do meu repúdio. pic.twitter.com/AxxqZfdFFo
— Alice Portugal (@Alice_Portugal) June 3, 2023
Um dos que rebateu as falas de Zema foi o economista Pedro Fernando Nery, diretor de assuntos econômicos e sociais da vice-presidência da República e professor do IDP. No Twitter, Nery disse o discurso era um mito.
“Quem está no Bolsa Família trabalha ou quer trabalhar”, pontuou.
Segundo Nery, o recebimento do benefício não impede a ocupação e 70% dos beneficiários compõem a força de trabalho.
“A maior parte trabalha por conta própria ou é empregado informal. O que de fato é minoria é o emprego com carteira assinada”, disse o professor, citando ainda que o Bolsa Família, com frequência, é um complemento de renda, em especial para famílias que trabalham no mercado informal.
Fonte: Correio24hr | Foto: Reprodução