Autor: BahiaNoticias | Foto: Reprodução/AgênciaBrasil
O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha lança nos próximos meses o livro “Tchau, Querida”, em que promete revelações bombásticas sobre o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Um de seus principais alvos é o ex-presidente Michel Temer. Sem a atuação dele, diz Cunha, “não teria havido impeachment”.
Segundo a colunista da Folha de São Paulo, Mônica Bergamo, no livro, Cunha critica o livro “A Escolha”, lançado por Temer. Segundo ele, a obra quis “passar a informação de que Michel Temer apenas se beneficiou pelo destino da previsão constitucional de que o vice sucede o titular na Presidência”.
De acordo com Cunha, Temer “foi sim o militante mais atuante e importante” na derrubada de Dilma Rousseff da presidência. “Ele simplesmente quis e disputou a Presidência de forma indireta. Ele fez ‘a escolha’”.
O ex-presidente da Câmara, que está em prisão domiciliar, promete “detalhes inéditos e minuciosos” sobre a batalha de Temer para derrubar Dilma. No livro, ele também mira em dois personagens em destaque no atual cenário político: o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e Baleia Rossi (PMDB-SP), que disputa o cargo com apoio do próprio Maia.
Segundo ele, o atual presidente da Câmara foi articulador e “um dos principais militantes” pelo impeachment, buscando “os holofotes dessa participação”. “Não tinha limites para a sua ambição e vaidade”, segue.
Foi no apartamento de Maia, segundo Cunha, que ocorreram as reuniões cruciais para o afastamento de Dilma. O atual presidente da Câmara queria inclusive ser o relator do impeachment. Já Baleia Rossi também teria atuado na derrubada da petista. E só não foi ministro de Temer porque respondia a acusações de fraude na merenda escolar de São Paulo.
O presidente da Câmara dos Deputados diz ainda que a versão de Cunha é mentirosa e que ele, Maia, não poderia viabilizar o impeachment – seu partido, o DEM, era da oposição “coerente e transparente”. Para derrubar Dilma, era necessário reunir traidores do então governo.
E quem comandou o processo de traição, afirma Maia, foi Eduardo Cunha “depois que o PT se negou a dar três votos que o absolveriam no conselho de ética”. Na época, Cunha sofria um processo de cassação do mandato.
“Um criminoso, quando é pego pela Polícia, pela Justiça, apresenta uma versão para os fatos tentando se afastar da responsabilidade pelos crimes que cometeu. Eduardo Cunha, como sabemos, é criminoso. Cumpre pena por alguns crimes já julgados, pelos quais foi condenado, e tenta fugir de outras condenações”, afirma o presidente da Câmara.