Uma equipe com cerca de 20 servidores da Secretaria Municipal de Meio Ambiente foi mobilizada, nesta sexta-feira (12), para realizar o transplantio de sete árvores da espécie barriguda, que foram apreendidas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), no último dia 29 de agosto. As árvores, que estavam sendo transportadas ilegalmente de Guanambi para uma propriedade particular na cidade de Dona Euzébia, em Minas Gerais, receberam uma nova chance de sobrevivência no Parque Municipal Lagoa das Bateias.
A barriguda ou paineira-branca é uma espécie botânica de paineira do gênero Ceiba, da família das malváceas, muito semelhante à paineira-rosa. Nativa do nordeste do Brasil, é também conhecida como “baobá brasileiro” e se destaca tanto pelo formato que lembra uma barriga quanto pela exuberância de suas flores.
O policial Rodoviário Federal, Carlos Rodrigo, que participou da apreensão, relatou que o veículo que transportava as árvores apresentava condições inadequadas de carga, o que chamou a atenção dos agentes. “Durante a abordagem, solicitamos a documentação ao condutor, que não apresentou nenhum documento. Ele estava levando as árvores de Guanambi para Minas Gerais, para fins paisagísticos”, explicou o policial.
O Parque Municipal Lagoa das Bateias foi escolhido como ideal para o transplantio das barrigudas devido à umidade, espaço adequado e boa incidência de sol. A operação contou com o uso de três caminhões, incluindo um muck – veículo equipado com um braço hidráulico articulado, também chamado de guindaste, usado para levantar, movimentar e transportar cargas pesadas.
- Carlos
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A secretária municipal do Meio Ambiente, Ana Cláudia Passos, destacou a importância do replantio como uma tentativa de salvar essas árvores que estão cada vez mais raras de serem encontradas. “Infelizmente, nos últimos 100 anos, houve muito desmatamento e não encontramos essas árvores com facilidade em nossa região. Elas desempenham um papel fundamental no bioma, e precisam de sol e de um solo drenável para prosperar”, afirmou.
Ana Cláudia também mencionou que a barriguda possui uma reserva de água em sua estrutura, o que a torna capaz de resistir a períodos de seca. “Estamos realizando uma adubação reforçada para ajudar no enraizamento. Temos experiência com o transplante de barrigudas, e já temos uma que foi transplantada há oito anos no nosso centro florestal, que está belíssima”, completou.
Ainda de acordo com a secretária, o tráfico acontece porque a barriguda é um item cobiçado no paisagismo e pode alcançar valores altos, com algumas árvores sendo vendidas por até R$ 20.000. “Elas são muito valiosas, mas retirá-las do solo para comercialização é crime ambiental gravíssimo, inafiançável”, conta.
Fonte: Ascom/PMVC | Foto: Ascom/PMVC