Autor: RedeBa | Foto: Tiago Caldas/Arquivo CORREIO
Feira de Santana teve uma série de ocorrências violentas no último fim de semana. Segundo dados da Prefeitura, entre a sexta-feira (8) e o domingo (10), quatorze homicídios foram registrados na cidade. Informações apuradas pela reportagem do CORREIO indicam que a onda de assassinatos foi iniciada depois do crime de latrocínio, roubo seguido de morte, contra o policial militar Washington Luiz Lima Silva, 41 anos, como retaliação pelo óbito do PM. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) enviou equipes da Corregedoria para a cidade.
Além do envio da Corregedoria, a SSP reforçou o policiamento em Feira e o suspeito de ter cometido o latrocínio contra o PM foi localizado por equipes das Rondas Especiais (Rondesp) Leste. O flagrante ocorreu, na tarde desta segunda-feira (11), após denúncias anônimas. O homem tem envolvimento com uma facção e era investigado por pelo menos três homicídios na região, foi encontrado no bairro do Aeroporto, em Feira de Santana. De acordo com informações apuradas pela reportagem do CORREIO, o suspeito é Tieverte Vinícius de Souza Santana, 19, mais conhecido como Japa.
Na tentativa de abordagem, o criminoso disparou com arma de fogo e acabou ferido no confronto. Ele foi socorrido para o Hospital Geral Clériston Andrade. Com o traficante, foram apreendidos um revólver calibre 32, munições e celulares.
Momentos de terror
Todas as ocorrências provocaram um sentimento de medo na população que, agora, teme até que uma simples saída de casa possa os colocar em meio a um tiroteio. É isso que afirma um morador, que não quis se identificar. “É muita violência nessa cidade. A gente está ficando dentro de casa, sem coragem de ir pra rua. Temos medo de que, no meio da confusão, sobre pra gente”, afirmou.
A afirmação da fonte sobre a sensação de medo na Princesinha do Sertão foi confirmada por Colbert Martins, prefeito de Feira. Segundo ele, na cidade, a população fica em casa e os bandidos na rua. “Feira de Santana, neste momento mais do que nunca, é uma cidade que vive com medo. Uma cidade onde se entende que o cidadão está preso em casa e os bandidos soltos na rua. É uma cidade sitiada pelo medo”, declarou.
Reclamações ao Governo do Estado
Colbert disse ainda que já teria feito pedidos ao Governo do Estado para que o policiamento em Feira de Santana fosse ampliado. Isso porque, segundo ele, o que se tem hoje é insuficiente para garantir a segurança da cidade. “A segurança pública é uma responsabilidade do Governo do Estado. Feira de Santana tem quatro companhias de Polícia Militar. Uma delas atua nos distritos porque, na zona rural, temos mais de 50 mil habitantes. Por isso, Feira precisa de, no mínimo, mais uma companhia de polícia. Já fiz essa sugestão ao Governo e farei novamente. Além disso, precisamos também do aumento do corpo da Polícia Cívil que é pequeno considerando o tamanho da cidade”, disse. Em 2020, foram registrados 380 homicídios na cidade.
Em resposta, por meio de sua assessoria, a SSP destacou o número dos policiais no município e o trabalho executado por estes no combate ao crime por lá. “A SSP ressalta que conta com efetivo de 2.146 policiais militares e civis, na cidade de Feira de Santana, trabalhando diuturnamente no combate à violência, com prioridade na desarticulação de facções envolvidas com tráfico de drogas e homicídios”, escreveu.
E acrescentou que a PM conta com 13 unidades (64ª, 65ª, 66ª e 67ª CIPMs, Rondesp Leste, Esquadrão Asa Branca, Ronda Maria da Penha, Polícia Montada, Beic, Ronda Escolar, Companhia de Guardas e duas Bases Comunitárias) e que a PC com 10 estruturas (Coorpin, três Delegacias Territoriais, DRFR, DTE, DH, Decarga, DAI e Deam). Destacou ainda que ações da Cipe Litoral Norte, Grupamento Aéreo, Batalhão de Choque, Draco e COE também são promovidas na região.