Influenciador baiano e rifeiro são presos em operação contra lavagem de dinheiro por meio de rifas ilegais
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Influenciador baiano e rifeiro são presos em operação contra lavagem de dinheiro por meio de rifas ilegais

O influenciador baiano Ramhon Dias e o rifeiro José Roberto, mais conhecido como Nanam Premiações, foram presos nesta quinta-feira (5), em uma operação da Polícia Civil em Salvador. Eles são investigados por fazer parte de uma organização criminosa investigada por lavagem de dinheiro do tráfico de drogas, por meio de rifas ilegais.

Os baianos são conhecidos por divulgar rifas nas redes sociais, onde juntos têm 1,5 milhão de seguidores. Um dos sorteios divulgados prometia o prêmio de R$ 400 mil.

Inicialmente, a Polícia Civil informou que a lavagem de dinheiro era feita através de jogos de azar, mas depois especificou que o esquema usava rifas ilegais divulgadas nas redes sociais. Os vencedores dos sorteios eram fake e, na realidade, os prêmio não eram entregues.

“Esse grupo lavava o dinheiro do tráfico de drogas através de rifas com sorteios falsos. Aquela toda tramitação através das redes sociais, dos influenciadores, com premiações de carros, que na verdade, não acontecia”, explicou a diretora do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco), Márcia Pereira.

Além do influenciador e do rifeiro, outras 12 prisões foram cumpridas em Salvador nesta quinta-feira. A operação também prendeu cinco pessoas em Goiás e uma no Ceará. As investigações apontaram que o grupo criminoso movimentou R$ 500 milhões através de rifas ilegais.

Das 20 pessoas presas, cinco tiveram bloqueios de bens decretados pela Justiça, cada um deles no valor de R$ 20 milhões.

Nas casas dos alvos foram apreendidos dezenas de veículos de luxo, relógios, armas de fogo, munições, celulares, roupas e bolsas de grife, além de dinheiro em espécie.

“Essa organização ostentava muito. A gente apreendeu mais de 30 veículos de luxo, entre carros importados e lanchas. Vários imóveis de alto padrão aqui na Bahia e nos estados do Ceará e Goiás foram sequestrados”, contou a delegada Márcia Pereira.

No Bahia Meio Dia, programa da TV Bahia, o advogado Jeferson Rosado, que faz a defesa de Ramhon Dias afirmou que o cliente não cometeu crimes e é perseguido pela polícia

“O que o Estado tem que entender é que influenciador é a profissão do futuro. Um carro de até R$ 500 mil tem origem lícita, a internet hoje é um mundo e se você oferece um produto, você consegue alcançar milhares de interessados no anúncio”, afirmou.

“Ramhon Dias vem empresariando outras pessoas há dez anos, é uma pessoa de coração bom, que ajuda várias pessoas do bairro do Uruguai. A gente fica assustado com essa perseguição que ele vive sofrendo”, disse ainda o advogado

De acordo com a polícia, durante a operação, um terceiro homem resistiu à prisão, trocou tiros com a polícia, foi baleado e morreu. Ele foi identificado como Sueliton de Almeida Coelho e era suspeito de chefiar o tráfico de drogas no bairro do Nordeste de Amaralina.

Ele era o alvo prioritário da operação, denominada de “Falsas Promessas”, e tinha mandado de prisão expedido pela Justiça.

Conforme a polícia, apontado como um dos suspeitos, Sueliton era o responsável por toda a logística de distribuição de drogas e armas de uma das maiores facções criminosas com atuação na capital baiana.

Com ele, foi apreendida uma pistola turca. De acordo com a polícia, a arma é extremamente cara, com kit rajada e mira a laser.

Na Bahia, cerca de 200 policiais estiveram envolvidos na ação, que também investiga suspeitos de tráfico de drogas em Juazeiro, Santo Antônio de Jesus e São Felipe.

“A operação ainda está acontecendo, tem equipes nossas cumprindo mandados na rua, mas a gente já tem quase 40 veículos apreendidos, fora lanchas e moto-aquáticas”, afirmou a diretora do Draco.

Em Juazeiro, uma pessoa foi presa suspeita de cometer os crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa, entre outros.

A operação foi realizada pelo Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD) com o apoio do departamentos Especializado de Investigações Criminais (DEIC), de Inteligência Policial (DIP), de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e de Polícia do Interior (Depin), das Coordenações de Operações e Recursos Especiais (Core), de Operações de Polícia Judiciária (COPJ), e da Corregedoria da Polícia Civil (Correpol), além das polícias civis de Goiás, Ceará e Espírito Santo.

Fonte: G1 BA | Foto: Redes sociais