O empresário Luciano Hang afirmou nesta terça-feira que reconhece o resultado das eleições presidenciais do ano passado, que resultou na vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O bilionário catarinense era um dos mais notórios apoiadores do candidato derrotado, Jair Bolsonaro (PL). Em publicação no Instagram, Hang pede o fim do discurso de ódio e afirma que está embarcado no avião comandado por Lula.
— Temos um presidente novo, temos um governo novo, vamos torcer para o piloto como eu sempre falo, que faça uma ótima viagem, até eu estou dentro do mesmo avião — diz Hang.
Hang também usou o vídeo para repudiar os atos terroristas que deixaram um rastro de destruição nas sedes dos Três Poderes em Brasília, no último domingo. O empresário acrescentou que não participou ou apoiou o movimento golpista.
“Embora minhas redes sociais estejam bloqueadas no Brasil, no dia 1º de novembro já havia publicado uma nota esclarecendo que não estava participando ou apoiando qualquer manifestação. Repudio tudo o que foi feito no domingo, até mesmo porque o que aconteceu vai contra tudo o que eu luto. Não podemos aceitar o que foi feito, é preciso que os culpados sejam identificados e punidos dentro da lei”, diz a postagem do empresário.
Nesta segunda-feira, Hang havia publicado nota em que afirmava que “a democracia não combina com atos de vandalismo e sim com diálogo, jamais com violência”. O bilionário disse ainda que é preciso respeitar as leis e as instituições e que “manifestações são legítimas quando ocorrem de maneira pacífica”, classificando como lamentável ver patrimônios públicos serem depredados.
Apoiador de Bolsonaro declarado desde 2018, Luciano Hang é um dos fundadores da Havan, rede de lojas de departamento. De acordo com a Forbes 2021, ele é uma das pessoas mais ricas do mundo, com uma fortuna de R$ 15 bilhões.
Hang é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por ter apoiado atos antidemocráticos. Em agosto do ano passado, ele e um grupo de empresários foram alvo de mandado de busca e apreensão determinado pelo ministro Alexandre de Moraes.
A ordem judicial foi dada após o grupo composto por oito empresários bolsonaristas terem compartilhado mensagens golpistas em um grupo de WhatsApp.
Fonte: O Globo | Foto: Reprodução/Instagram