Um homem estava a caminho de um centro religioso de umbanda quando foi perseguido por três pessoas, que o chamaram de “macumbeiro” e falaram que ele estava com adereços do “demônio”. Quando ele foi denunciar o ocorrido, teria sofrido preconceito por parte do próprio delegado, que não registrou o boletim de ocorrência.
Essa denúncia foi feita pela Federação de Umbanda e Candomblé do Estado de Goiás (Fuceg) nesta semana. A sequência de intolerância religiosa ocorreu no último dia 2 de março, segundo nota de repúdio da entidade.
De acordo com a denúncia, o homem estava a caminho do Centro Espírita São Miguel Arcanjo, no Setor Leste Universitário, em Goiânia (GO), quando foi perseguido por três pessoas.
Os agressores chamaram a vítima de “macumbeiro”. Além disso, falaram que os colares religiosos que ele vestia (guias) eram “coisas do demônio”.
Preconceito na delegacia
Ainda segundo a denúncia, após a agressão, o homem foi até a delegacia do mesmo bairro, mas não recebeu apoio das autoridades, pelo contrário. O delegado Washinton da Conceição teria se recusado a fazer o boletim de ocorrência e atacado a vítima por causa da religião dela.
“No momento em que mostrei as guias, o delegado começou a se alterar e gritar comigo. Dizia que aqueles colares eram usados por ‘adoradores do Satanás’”, relatou a vítima, segundo nota da Fuceg.
O delegado ainda teria falado para a vítima “ajoelhar e orar” para que “Deus o salvasse”. O investigador também teria revelado que já recebeu esse tipo de denúncia outras vezes, mas que eram só vultos e espíritos que perturbavam a cabeça de pessoas que “mexem com o diabo”.
Fonte: Metropoles | Foto: Reprodução/Google