Vazamento do plano que prevê a redução do salário mínimo e aposentadorias para depois das eleições foi visto como um “suicídio político”, diz o jornalista Josias de Souza
O vazamento do plano econômico do ministro Paulo Guedes que prevê a indexação do salário mínimo e aposentadorias à expectativa de inflação futura – e não à inflação do ano anterior, como ocorre atualmente -, provocou um “curto-circuito” no comitê da reeleição de Jair Bolsonaro (PL). Segundo o jornalista Josias de Souza, do UOL, “o vazamento do plano tóxico foi visto como um suicídio político”, além de ter sido “classificado por um dos caciques da campanha como ‘sabotagem’”.
“A conversão do Ministério da Economia em fornecedor de munição para a campanha adversária transtornou a cúpula do comitê da reeleição. A irritação foi compartilhada com Bolsonaro”, diz Josias.
O vazamento do plano, que seria implementado após as eleições, levou o deputado federal André Janones a realizar uma transmissão ao vivo sobre a intenção do governo de reduzir o salário mínimo e aposentadorias a partir de 2023.
Ainda segundo o jornalista, “não há na campanha nem no governo quem duvide da existência do plano. O próprio Paulo Guedes confirmou, à sua maneira, o que tentava negar. Defendeu um velho sonho. Está contido no documento do ministério. Batizado de “regra dos 3D”, visa desindexar, desvincular e desobrigar o Orçamento federal, que está 96% acorrentado a gastos obrigatórios. A pretensão vem de 2019. Ficou no gogó”.
Fonte: Blog do Paulo Nunes | Foto: Divulgação