Nesta segunda-feira (7), os agentes comunitários de saúde e de combate às endemias participaram de uma capacitação sobre esporotricose, no auditório do Centro de Convenções Divaldo Franco. A ação está inserida na programação de palestras informativas para capacitar profissionais e conscientizar a população sobre a doença.

A esporotricose é uma doença causada pelo fungo Sporothrix, que se prolifera em ambientes como terra e troncos de árvores, e atinge animais, principalmente gatos e os humanos. A secretária de Saúde, Fernanda Maron, destacou essa capacitação com os agentes que atuam diretamente na comunidade e podem ajudar a identificar casos suspeitos.

“O agente comunitário e o agente de endemia são profissionais integrantes de uma equipe e que estão diretamente em contato com a população, com o território, com a casa daquele paciente. Então a probabilidade daquele agente identificar os sinais, os sintomas daquele animal ali presente naquela casa, então assim é de extrema importância para a saúde pública. E, a partir dessas capacitações, a gente vai coletar dados, que vão gerar informações e essas informações vão gerar outras ações”, pontuou.

Secretária Fernanda Maron

Coordenador de Zoonoses, Luís Cláudio

As palestras são uma parceria da Prefeitura de Vitória da Conquista com a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), por meio do curso de Biologia. “Como os agentes de saúde, eles estão na linha de frente, eles estão nos domicílios conversando com a comunidade, essa capacitação é para dar um alerta para os agentes para eles serem difusores e ampliadores de conhecimento, porque a partir disso eles vão poder orientar a comunidade, os lares que têm animais em casa, falar da importância de deixar o seu animal em casa. Então, a gente também pretende hoje obter informações sobre quais são os desafios deles junto à comunidade, para a gente pensar em novas estratégias”, explicou a professora Gabriele Marisco, que faz parte das pesquisas, assim como a ONG Arca Bahia, que comemorou o avanço das ações.

“A gente está muito feliz por esse alcance, por esse avanço, que foi através do Comitê Municipal de Zoonose que a gente está conseguindo essas capacitações. Hoje a gente está prevendo capacitar mais de 700 agentes e são eles que vão disseminar a ideia para a população de uma forma correta, porque infelizmente essa doença é uma doença que às vezes vai de forma errada para a população e as pessoas começam a matar os animais, achando que os animais são um vilão, mas o animal é só uma vítima”, disse a vice-presidente da Arca Bahia, Leila Moreira.

A médica veterinária Ana Paula Calazans também destacou o trabalho de conscientização sobre a doença, uma vez que os agentes comunitários de saúde e de combate às endemias também serão essenciais nessa disseminação da informação.

Professora Gabriele Marisco

Vice-presidente Arca Bahia, Leila Moreira

Veterinária Ana Paula Calazans

“É importante a gente conscientizar, principalmente, inicialmente, os agentes para depois os tutores de que é uma doença fúngica, é um fungo, que ele é altamente contaminável no solo e os gatos entram como reservatórios. É uma doença que tem cura, ela tem realmente potencial de transmitir para os seus tutores. Mas nem todo animal vai apresentar a esporotricose e nem todo animal não vai responder ao tratamento. Então é importante que a gente feche o diagnóstico e hoje a minha função aqui é mostrar para os agentes que vão passar essa informação para os tutores, de que nem toda lesão é esporotricose”, disse.

O agente de combate às endemias, Marcos Morais, elogiou a capacitação para que o conhecimento adquirido seja repassado para os moradores. “É fundamental porque ela contribui para agregar a nós um conhecimento maior, porque quando nós entramos em uma residência a gente se depara com muitas situações, não só a questão de endemias, não só os focos do mosquito da dengue, mas também há outros fatores sobre o porque daquilo ali. Então, é importante que através dessa capacitação, a gente tenha um conhecimento maior sobre tipos de doença e passar para o morador”, disse.

Agente comunitária de saúde na Urbis V, Eurides Silva também participou da palestra de hoje e destacou a relevância desse aprendizado. “Todas as capacitações são importantes, né? Essa mesmo eu acho que é de grande importância, porque eu mesmo nem sabia dessa doença, não tinha conhecimento nenhum. Então a gente fica informado pra passar isso pra comunidade. A gente está mais ciente dos problemas e aí a gente pode trabalhar a comunidade, trazendo essas informações pra eles e verificando alguns casos que a gente detectar na área”, pontuou.

Agente de combate às endemias, Marcos Morais

Agente comunitária de saúde, Eurides Silva

Programação de palestras:

Quarta e quinta-feiras (9 e 10), na Uesb: palestras para médicos e enfermeiros, abordando a manifestação da doença em humanos, protocolo de tratamento e estratégias para diminuir a incidência.

Comitê de Zoonoses

No dia 9 junho de 2025, foi implantado em Vitória da Conquista o Comitê de Zoonoses, composto por membros da Prefeitura, representantes do setor privado, e de setores públicos estaduais e federais. A iniciativa visa aprimorar a vigilância, notificação e investigação de casos envolvendo doenças zoonóticas no município. A necessidade de sua formação tornou-se ainda mais evidente com as notificações da esporotricose no município, doença pouco conhecida pela população. A partir da criação do Comitê, também será possível criar protocolos de atendimento e fluxos para a dispensação de medicamentos, e atendimentos médico e veterinário.

Fonte: Ascom/PMVC | Foto: Ascom/PMVC