O réu colaborador e ex-sargento da PM Ronnie Lessa mencionou um esquema que teria emperrado as investigações do caso de assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes. Em depoimento prestado Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (28), ele afirma que autoridades do Judiciário estariam envolvidas e poderiam ser acionadas.
Lessa citou o envolvimento de “promotores, juízes e desembargadores” quando contou que Domingos e Chiquinho Brazão o contrataram por intermédio de Edmilson da Silva Oliveira, o Macalé. A ação penal vai decidir se os irmãos Brazão e outros acusados serão condenados por atuarem como mandantes do crime.
Ele ainda afirmou que quando um policial se recusava a ajudá-los, os irmãos usavam sua influência política para transferir o profissional de seu posto: “Eles mesmos colocam e retiram delegados de onde quiserem. É uma questão de influência política, e é disso que eles precisam.”
Lessa está preso na penitenciária do Tremembé, em São Paulo, e prestou depoimento por videoconfrência ao juiz auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo. De acordo com advogados, o ex-policial quer manter o sigilo de suas falas por estar na condição de delator, por isso pediu que o depoimento não fosse acompanhado pelos Brazão.
Fonte: M1 | Foto: Reprodução