A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) suspendeu por 30 dias estudantes do curso de Direito envolvidos em um episódio de racismo contra alunos cotistas da Universidade de São Paulo (USP). A punição começa a valer a partir de 1º de agosto, conforme anúncio feito pela universidade nesta sexta-feira (6).
O caso ocorreu em novembro de 2024, durante uma partida de handebol masculino nos Jogos Jurídicos Estaduais, em Americana (SP). Estudantes da torcida da Atlética 22 de Agosto, da PUC-SP, foram filmados proferindo ofensas racistas e classistas contra a equipe da Faculdade de Direito da USP, chamando-os de “pobres” e “cotistas”, o que gerou ampla repercussão nas redes sociais.
A medida disciplinar foi conduzida pelo Núcleo de Mediação e Justiça Restaurativa (NMJR) da universidade. Além da suspensão, os estudantes deverão participar, durante um ano, de cursos e disciplinas obrigatórias sobre igualdade racial, justiça social e direitos humanos.
A PUC-SP também informou que está elaborando um Código de Conduta específico para eventos estudantis e esportivos, a fim de prevenir novos episódios semelhantes.
O caso foi denunciado ao Ministério Público, com pedido de abertura de inquérito. Segundo a representação, as ofensas “transcendem o ambiente de rivalidade esportiva” e associam “a condição socioeconômica e racial dos estudantes cotistas a uma suposta inferioridade”, violando direitos fundamentais.
Em nota conjunta de repúdio, as faculdades de Direito da USP e da PUC-SP classificaram as manifestações como “inadmissíveis” e se comprometeram a garantir apuração rigorosa e responsabilização dos envolvidos, com ampla defesa e devido processo legal.
A PUC-SP voltou a se manifestar publicamente, lamentando o episódio e destacando seu compromisso com a inclusão social e racial, por meio de bolsas de estudo e letramento racial na formação de docentes.
Fonte: Metro1 | Foto: Divulgação