Os cacos do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal são um resumo de como há risco para a democracia brasileira. Não há nada de patriótico nos atos deste domingo (8) em Brasília. Há terrorismo político simulando pseudopatriotismo. Porém ainda existem defensores desse extremismo como forma de manifestação “pacífica”. Como vigiar não funcionou – sob a leniência de diversos órgãos públicos -, punir pode ser a única alternativa viável.
É difícil manter o controle narrativo diante de um cenário tão fértil para mentiras. É nisso que se apoiam não apenas aqueles terroristas que depredaram patrimônio público no Distrito Federal, mas também aqueles estrategistas que seguem nos bastidores e os financiadores das ações antidemocráticas, que se intensificaram após o segundo turno das eleições de 2022. Entretanto, é preciso frisar que essas mobilizações vêm sendo alimentadas desde a chegada de Jair Bolsonaro ao poder, ainda que haja um esforço hercúleo para desvinculá-lo dos atos.
Houve uma tentativa explícita de golpe contra a República. Os responsáveis devem responder ao devido processo legal e serem responsabilizados, sejam eles agentes públicos ou cidadãos comuns que se travestem de patriotas para simular um clima de instabilidade institucional que justifique uma intervenção esdrúxula das Forças Armadas. É um universo ficcional que precisa ser desfeito com a ajuda de todos os cidadãos brasileiros – inclusive você, que lê esse texto.
O silêncio significa anuência, tanto quanto qualquer esforço para minimizar a barbárie registrada em Brasília oito dias após a posse de um presidente legitimamente eleito pelo voto popular. Não dá para fingir que há normalidade no que foi visto ontem contra Legislativo, Executivo e Judiciário. Foi uma tentativa de golpe. Foi terrorismo. Foi um simulacro de realidade importada e constrangedora do movimento da extrema-direita ao redor do mundo.
Foi um atentado contra a República Federativa do Brasil.
Autor/Fonte: Fernando Duarte/Bahia Noticias | Foto: Reprodução/ Redes sociais