Sem assessoria na área de comunicação, o petista segue falando para blogueiros de esquerda, rádios de interior e veículos de fora do país

Autor: Robson Bonin

Primeiro foi a fala sobre aborto e o ataque à classe média, que ostentaria padrão de vida europeu nesta surrada esquina da América Latina.

Depois, o vai não vai da reforma trabalhista: Lula queria revogar, aí mudou para “modernizar” e foi atropelado pelo PT, que voltou a defender a derrubada da reforma.

Aí veio o silêncio sobre o ataque de Jair Bolsonaro ao STF. No fim de semana, a fala sobre os policiais: “Bolsonaro não gosta de gente, gosta é de policial”. Agora, a proposta de moeda única na América Latina.

O ex-presidente está perdido em seu falatório eleitoral, como registrou o Radar no início de abril. Para aliados do petista, a crise na comunicação é o que deixa Lula nu em suas falas. O presidente precisa de roteiro para escapar das cascas de banana.

Poderia focar seu discurso em bater no desemprego, na inflação, nos passeios de moto de Bolsonaro, que quase não dá expediente no Planalto, na cruzada autoritária contra o STF enquanto milhões passam fome…

Sem assessoria na área de comunicação, o petista segue falando para blogueiros de esquerda, rádios de interior e veículos de fora do país. Prega para convertidos enquanto seu adversário dita o jogo ao mobilizar o noticiário nacional com suas ações radicais no Planalto.

Foto: Marcos Corrêa/PR Data 2022 Ricardo Stuckert e Marcos Corrêa/Divulgação