Autor: AGSafras | Foto: Prefeitura de Colatina (ES)
Os estoques finais de café do Brasil na temporada 2020/21 deverão ficar em 4,94 milhões de sacas de 60 quilos, tendo aumento de 192,8% no comparativo com os estoques finais de 2019/20, indicados em 1,69 milhão de sacas. As projeções foram divulgadas nesta quarta-feira, 30, pela consultoria Safras & Mercado.
Para 2020/21, a oferta total no Brasil é projetada em 71,19 milhões de sacas de 60 quilos, somando produção e estoques iniciais, com incremento de 8,9% contra 2019/20, que tem oferta total indicada em 65,39 milhões de sacas.
Segundo estimativa da Safras, a produção brasileira 2020/21 deverá totalizar 69,5 milhões de sacas, 16,4% a mais que em 2019/20, apontada em 59,7 milhões de sacas. A oferta total 2020/21 é composta pela produção de 69,5 milhões de sacas mais os estoques iniciais (1,69 milhão de sacas).
Nas exportações, a consultoria estima um volume de 42,25 milhões de sacas em2020/21, com elevação de 4,8% contra 2019/20 (40,31 milhões de sacas).
Segundo o consultor de Safras & Mercado, Gil Barabach, a grande safra de 2020/21 ajuda a recompor os níveis de estoques, depois de finalizar a temporada comercial 2019/20 em apenas 1,69 milhão de sacas. “A disparada do dólar ao longo do primeiro semestre de 2020 elevou o interesse de venda e impulsionou as exportações”, comenta.
A projeção preliminar é que o consumo interno se recupere e cresça 2,6%, alcançando 24 milhões de sacas. “O cenário otimista está atrelado ao avanço da vacinação e de retomada da atividade econômica. Já as exportações totais devem superar o patamar de 42 milhões de sacas, batendo novo recorde. O fluxo acelerado de venda associado ao elevado comprometimento por parte dos produtores sustenta essa perspectiva externa”, complementa.
No entanto, mesmo com o forte fluxo externo e com o avanço da demanda doméstica, a Safras diz que o ano vai ser de recuperação dos estoques, projetados ao final de junho de 2021 em 4,94 milhões de sacas, trazendo a relação estoque-consumo para 21%. Apesar da alta, os estoques ainda devem ser os mais baixos desde a temporada 2015/16, excetuando o atípico ano de 19/20. “Isso é uma informação importante, uma vez que já se trabalha com ideia de uma quebra grande na safra brasileira 2021”, destaca a consultoria.