No Hospital Municipal Esaú Matos, uma das práticas consolidadas no cuidado neonatal é o Método Canguru. Muito mais do que uma técnica, trata-se de uma política de humanização voltada ao fortalecimento do vínculo entre pais e bebês prematuros ou de baixo peso, com impactos diretos na recuperação e no desenvolvimento dessas crianças.
De acordo com a neonatologista Geisa Helena, coordenadora médica da UTI Neonatal do hospital, o Método Canguru é estruturado em três etapas. O cuidado pode ter início ainda no pré-natal, quando é identificada uma gestação de risco, ou logo após o nascimento, diante da necessidade de internação em unidade neonatal. Desde os primeiros momentos, a equipe prioriza a aproximação da família com o recém-nascido, promovendo o contato pele a pele — a chamada “posição canguru” — inclusive dentro da UTI, desde que o bebê estava clinicamente estável.
Mônica Andrade, mãe da pequena Bela, que nasceu com apenas 30 semanas, no dia 26 de abril, está vivendo essa experiência. Ela conta que pegou sua filha pela primeira vez quando ela tinha sete dias. “O primeiro dia que pude pegar minha filha no colo, sentir a respiração dela, foi o mais feliz da UTI. Esse momento de contato é muito importante, não só para ela, mas para mim também. Me fortalece emocionalmente e contribui para o desenvolvimento dela”, relata ela emocionada.
O segundo momento acontece no Alojamento Família Canguru, quando o bebê deixa a UTI Neonatal e a mãe passa a assumir a maior parte dos cuidados, com o apoio e a orientação da equipe multiprofissional. Essa etapa é essencial para intensificar o aleitamento materno, esclarecer dúvidas e fortalecer a confiança entre a família e o bebê.
“O Método Canguru reduz o tempo de internação, fortalece o vínculo afetivo e melhora o desenvolvimento dos bebês. O calor da mãe regula a temperatura do recém-nascido, ajuda na descida do leite e estimula a amamentação, além de promover segurança emocional para ambos”, reforça a médica Geisa Helena.
Na terceira etapa, o bebê recebe alta e passa a ser acompanhado no Ambulatório do próprio hospital, além da Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência. O acompanhamento é mantido até que o recém-nascido atinja 2,5 kg e a idade gestacional corrigida — ou seja, a idade que ele teria se tivesse completado 40 semanas de gestação.
Para Ceres Almeida, diretora-geral da Fundação Pública de Saúde de Vitória da Conquista, responsável pela gestão do Hospital Esaú Matos, “a adoção do Método Canguru reforça o compromisso do hospital com uma atenção neonatal humanizada, acolhedora e de qualidade. É uma política que transforma vidas e garante às famílias um cuidado integral desde os primeiros momentos de vida dos bebês.”
Fonte: Ascom/PMVC | Foto: Ascom/PMVC