Autor: Carlos Costa | Foto: Divulgação
Com o advento da pandemia, parece que o vírus corroeu o cérebro de muitos dos nossos governantes. As pessoas perderam o bom senso e ficam conjecturando sobre essa ou aquela forma de agir; se um ou outro medicamento pode ser eficaz para combater o coronavírus. Enquanto isso, as UTIs do Brasil estão lotadas e o número de pessoas infectadas batem recorde todos os dias. Somente o Brasil possui mais da metade dos 130 mil óbitos da América Latina, e segue para ultrapassar os Estados Unidos e se tornar o país com maior número de óbitos em todo o mundo. Há dois meses os Estados Unidos já tinha quase cem mil mortos enquanto que o Brasil ainda não contabilizava 5 mil mortos. Hoje o Brasil tem quase 70 mil mortos e os Estados Unidos possui 130 mil. Os estudiosos prevêem que o Brasil ultrapassará os Estados Unidos e poderá chegar ao fim da pandemia com mais de um milhão de mortos.
Enquanto o Brasil se afunda na pandemia, os nossos governantes batem cabeça; fecham e reabrem os comércios; fecham e reabrem as rodoviárias; mas não conseguem conter o avanço da pandemia. Aqui em Conquista, apesar dos números crescentes e com aumento percentual acima dos 200% em apenas um mês, o prefeito continua dizendo que a pandemia está sob controle e que os casos estão normais e que não existe um crescimento descomunal no dia a dia. A justificativa é que os números cresceram por causa do aumento da testagem patrocinada pela prefeitura. Dizem também que o crescimento dos casos confirmados não são consequências da reabertura do comércio no mês de junho. Não é necessário entender de matemática e estatística para compreender que os números da pandemia estão crescendo e que logo os leitos dos nossos hospitais estarão lotados por pessoas contaminadas com o coronavírus. O prefeito anda nos mesmos passos de Bolsonaro e diz que a pandemia está sob controle. Os radialistas bajuladores e mercenários dizem que Conquista já atingiu o pico e que a nossa curva é decrescente. Claro que eles estão defendendo os seus bolsos e também o ponto de vista do prefeito. O mesmo ocorreu com a hidroxicloroquina, cujo uso é defendido pelos radialistas como se eles fossem estudiosos e autoridades no assunto. As opiniões deles foram preponderantes para que o prefeito decidisse ir à Brasília em busca do medicamento. Apesar de que não existe nenhuma evidência científica que o remédio seja eficaz, muito pelo contrário, o prefeito de Conquista pretende usá-lo nos pacientes em tratamento em nossa cidade. Como a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia é contra o uso da cloroquina, restará a Herzem usar como cobaias os pacientes que estiverem internados no Hospital São Vicente ou então nos que procurarem os postos de saúde. Herzem quer transformar Conquista num imenso hospício, onde as ordens das coisas serão mudadas: a mentira suplantará a verdade, e o anormal e ilógico tornar-se-ão a sua base.
É inconcebível que o prefeito Herzem Gusmão queira banalizar o combate à Covid-19 ao ponto de politizar todas as ações, inclusive afastando o Conselho Municipal de Saúde, além de criar celeumas com o Governo do Estado da Bahia.