“O comportamento do presidente bateu de frente com a ciência, com o SUS e com a vida”, disse o ex-ministro, em live organizada pelo MBL
Fonte: Juliana Rodrigue, Metro1 Foto : Marcello Casal Jr. / Agência Brasil
O ex-ministro Luiz Henrique Mandetta afirmou ontem (26), em live organizada pelo Movimento Brasil Livre (MBL), que o presidente Jair Bolsonaro bateu de frente com a ciência durante sua gestão na pasta da Saúde. Ele também afirmou que, ao exonerá-lo, o presidente “exonerou” a própria ciência.
Mandetta deixou o Ministério da Saúde no último dia 16, após divergências públicas com Bolsonaro sobre o isolamento social. Em seu lugar, o presidente nomeou o oncologista Nelson Teich para a pasta.
“Ele [Bolsonaro] resolveu substituir o ministro, não o Luiz Henque Mandetta, mas acho que ele exonerou ali a ciência, que nós estávamos tentando seguir”, afirmou o ex-ministro, na live deste domingo.
“A meu ver, em um determinado momento, ele entendeu que as implicações econômicas seriam deletérias, mais duras, para as pessoas do que as implicações de saúde. Aí, ele começou a tomar uma série de atitudes públicas que se chocavam com a maneira como o Ministério da Saúde estava se conduzindo”, declarou.
“Nós fizemos o nosso ministério em cima de três pilares no coronavírus: uma defesa intransigente da vida, uma defesa intransigente do SUS e uma defesa intransigente da ciência. O comportamento do presidente bateu de frente com a ciência, com o SUS e com a vida. Aí, ficou impossível porque eu não podia sair das minhas prerrogativas e ele não podia sair das dele”, completou.