Lula destaca importância da integração sul-americana durante abertura do fórum Um Projeto de Brasil
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Lula destaca importância da integração sul-americana durante abertura do fórum Um Projeto de Brasil

presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da sessão de abertura do fórum Um Projeto de Brasil, parte da série Diálogos Capitais, nesta quarta-feira, 14 de agosto, em Brasília. O evento faz parte da comemoração dos 30 anos da revista Carta Capital e, nesta rodada, tem como temas a integração nacional e sul-americana e os caminhos para uma transição energética justa e inclusiva.

“O Brasil vai terminar o meu mandato numa situação altamente privilegiada, como foi em 2010. A economia crescendo, a inflação baixando, o juro caindo, o desemprego caindo, a massa salarial aumentando, os investimentos na indústria e no comércio crescendo”

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Presidente da República

Em seu discurso, o presidente Lula afirmou que a integração com a América do Sul é imprescindível para inserir o Brasil internacionalmente, mas que é necessário, antes disso, promover a integração nacional. “É o que estamos buscando desde o início do meu governo. Temos feito a nossa parte, governando para a totalidade do povo brasileiro, sem qualquer tipo de discriminação, social ou regional, mas cuidando com carinho especial daqueles que mais precisam. Visando o crescimento econômico, a geração de emprego e renda, a redução da fome e a pobreza e a inclusão social”, disse Lula.

>> Discurso do presidente Lula na abertura do fórum Um Projeto de Brasil

O presidente também destacou o cenário interno como positivo, graças a uma política que tem a população como centro. “O Brasil vai terminar o meu mandato numa situação altamente privilegiada, como foi em 2010. A economia crescendo, a inflação baixando, o juro caindo, o desemprego caindo, a massa salarial aumentando, os investimentos na indústria e no comércio crescendo”.

Lula também destacou que é importante a participação da sociedade no debate sobre a integração. Para ele, a base para um continente mais desenvolvido é a infraestrutura em comum, possibilitando mais facilidade no comércio e nos investimentos. “Abrem-se assim maiores possibilidades para que a integração regional seja um fator de bem-estar e prosperidade efetiva para nossas populações, sobretudo em regiões tradicionalmente esquecidas e marginalizadas. Infraestruturas comuns são a base para um continente mais próspero, as interconexões rodoviárias, ferroviárias, aéreas, fluviais e marítimas são chave para aumentar o comércio e os investimentos”, salientou.

No debate sobre o futuro do país, o presidente afirmou a necessidade de uma integração regional abrangente, com elementos que são essenciais para criar emprego e renda. “Precisamos de uma integração regional profunda, baseada no trabalho qualificado e na produção de ciência, tecnologia e inovação para geração de emprego e renda. Quem conhece a história da região valoriza o Estado como planejador e indutor do desenvolvimento”, pontuou.

ROTAS COMERCIAIS – Lula mencionou as cinco rotas de integração, que fazem parte da agenda de integração regional e visam incentivar e reforçar o comércio com os países da América do Sul. “Estamos colocando de pé um ousado plano de cinco rotas de integração e desenvolvimento sul-americano. Estamos reforçando os vínculos do nosso país aos mercados da Argentina, Paraguai, Bolívia, Chile, Peru, Equador, Venezuela, Guiana e Suriname”, ressaltou.

As rotas reduzirão o tempo e o custo do transporte de mercadorias entre o Brasil e países vizinhos e a Ásia. “Unindo o Caribe, o Atlântico e o Pacífico, vamos conectar o Brasil às regiões mais dinâmicas do mundo”, afirmou Lula.

ENERGIA – Na questão da transição energética, Lula enfatizou o compromisso do Brasil em continuar investindo em energias limpas, mencionando que, no território nacional, 90% da energia elétrica consumida vem de fontes renováveis. Outro exemplo citado foi a nova política industrial brasileira, que coloca o Brasil em direção à neoindustrialização.

“Com o compromisso de caminhar rumo à descarbonização, vamos ampliar os investimentos em energias limpas. Desenvolvemos tecnologias eficientes na produção de biocombustíveis e motores “flex” à base de etanol. A nova política industrial brasileira se propõe a aumentar a complementaridade com os vizinhos e adensar nossas cadeias produtivas. Os ônibus elétricos que circulam em nossas metrópoles poderiam ser produzidos na América do Sul e não do outro lado do mundo”, enfatizou.

G20 – Com o Brasil há pouco mais de 8 meses na presidência do G20, Lula destacou que a gestão é responsável por abordar temas importantes para toda a região. “Essa também é uma presidência que fala aos temas de interesse de toda a região. No mesmo espírito de reduzir as desigualdades dentro dos países e entre eles, estabelecemos como prioridade a taxação dos super-ricos e a reforma da governança global”, disse.

Em sua visão, essa integração tem um impacto direto na vida das pessoas. Por isso, é importante que os países da América do Sul assumam a responsabilidade de definir o futuro da região. “Eu estou convencido que nós temos que convencer os países vizinhos de que, sozinhos, nós não deixaremos de ser pequenos. Juntos, a gente pode fazer muita coisa. É isso que faz a diferença na vida das pessoas. Nós precisamos assumir a responsabilidade de definir a América do Sul que queremos. O diálogo e a negociação são fundamentais para a estabilidade política”, destacou o presidente.

14.08.2024 - Diálogos Capitais - Carta Capital

Fonte: Ascom/GOVBR | Foto: : Ricardo Stuckert / PR