Inema interdita temporariamente instalações de mineradora na região da Chapada Diamantina
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Inema interdita temporariamente instalações de mineradora na região da Chapada Diamantina

Medida foi motivada por ‘diversas infrações ambientais’ praticadas pela empresa após realização de inspeção técnica no empreendimento.

O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) interditou temporariamente as instalações da mineradora inglesa Brazil Iron, que atua na zona rural da cidade de Piatã, que fica na região da Chapada Diamantina.

De acordo com o Inema, a interdição vigora desde 24 de abril e foi motivada por “diversas infrações ambientais” praticadas pela empresa após a realização de uma inspeção técnica no empreendimento.

Por meio de nota, a empresa diz que tem trabalhado para esclarecer as dúvidas do INEMA e disse que sempre atuou respeitando a legislação ambiental.
“Acreditamos que muitas dessas dúvidas surgiram por meras falhas de comunicação. Estamos comprometidos a trabalhar de forma próxima e frequente junto ao órgão, a fim de que tudo seja sanado”, diz a nota.

O instituto informou que também puderam ser constatadas a implantação e execução de atividades/estruturas além do que foi autorizado; realização de extinção e soterramento de vegetação nativa com material estéril nas estradas vicinais do empreendimento e em área de preservação permanente.

De acordo com o Inema, a interdição das atividades ocorreu após diversas notificações enviadas à empresa Brazil Iron, com recebimento comprovado pelas assinaturas nos Avisos de Recebimento. No entanto, o instituto não recebeu respostas.

Denúncias antigas
Moradores da zona rural da cidade de Piatã denunciam desde setembro de 2020 que a mineradora tem poluído as nascentes de rios locais, além de lançar no ar um resíduo em pó que causa problemas respiratórios na população.

O grupo conta que a atividade extrativista no local existe há cerca de 11 anos. No entanto, em 2018, as atividades foram assumidas pela mineradora Brazil Iron que tem causado transtornos para a população.

A mineradora fica em um ponto mais alto da zona rural da cidade, o que facilita a propagação dos resíduos pelo ar e a contaminação dos rios locais. As nascentes mais afetadas são as do Rio da Bocaína, que também é o nome da comunidade que está sofrendo com os transtornos.

O Rio da Bocaína é um afluente – ou seja, um rio menor –, direciona água para o Rio de Contas, que tem cerca de 620 km de extensão e corta a cidade. Ele é o principal da bacia de mesmo nome, uma das maiores da Bahia.

Fonte: G1 Bahia | Foto: Reprodução / Sabores do Nordeste