O encontro entre os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), na noite desta terça-feira (8), terminou sem um desfecho sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Pelo lado do governo, o chefe da equipe econômica insistiu no decreto editado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em maio deste ano, que aumentava a cobrança do tributo.
Já no Legislativo, a leitura é de que o assunto precisa estar alinhado entre os dois Poderes antes da audiência de conciliação sobre o IOF na próxima semana.
Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), suspendeu efeitos de atos do governo federal e do Congresso Nacional relacionados ao aumento do IOF e determinou a realização de uma audiência de conciliação no dia 15 de julho.
Segundo relatos feitos à CNN, os chefes das casas legislativas teriam se frustrado com a insistência de Haddad em defender o decreto do governo, o que, na avaliação deles, precisaria resultar num eventual recuo do Congresso sobre a derrubada do IOF. Hugo e Alcolumbre têm rejeitado a ideia do governo e cobrado outras alternativas para cortar gastos.
O Palácio do Planalto e o Congresso têm até a próxima sexta-feira (11) para apresentar ao Supremo as respectivas argumentações jurídicas sobre o IOF.
A ideia do Parlamento é que tanto Executivo e Legislativo estejam alinhados sobre o assunto antes da audiência de conciliação no STF. O presidente Lula já indicou que pretende se reunir com Hugo e Alcolumbre ainda nesta semana.
Apesar da falta de consenso sobre o tema, Hugo e Alcolumbre avaliaram que a reunião desta terça-feira serviu para a retomada de diálogo entre os Poderes.
Fonte: CNN Brasil | Foto: Saulo Cruz/Agência Senado