Encontro regional de capoeira reúne praticantes da Bahia e de outros estados na Praça CEU J. Murilo
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Encontro regional de capoeira reúne praticantes da Bahia e de outros estados na Praça CEU J. Murilo

Na manhã desta sábado, pessoas de diferentes lugares e idades estiveram na Praça CEU J. Murilo para o início do Encontro Regional de Capoeira, promovido pela Associação de Capoeira Viva Conquista, em parceria com a Prefeitura Municipal. As atividades contam com grupos de diversas cidades da Bahia e de fora, como Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.

O evento promove a integração dos participantes com oficinas, rodas de capoeira, apresentações culturais e troca de graduação, destacando o potencial da capoeira como expressão cultural e histórica, além dos benefícios da prática para o corpo e mente e o papel de transformação social.

Um dos fundadores da Associação de Capoeira Viva Conquista, Mestre Acordeon ministrou uma oficina de berimbau e destacou a importância do encontro para a região. “A Associação agradece desde já o apoio da prefeitura para que o encontro pudesse acontecer aqui na Praça CEU. As oficinas acontecem durante todo o dia, com vários mestres da região e de fora: Ilhéus, Poções, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo. Pessoas que tornam essa festa ainda mais contagiante”

Vinda de Ilhéus, Vania Peixoto, a Mestra Coruja, ministrou uma oficina voltada para crianças e ressaltou a importância da capoeira para o desenvolvimento desse público. “A capoeira é uma ferramenta pedagógica que vai além do jogo. O mais importante é dizer que é uma atividade pedagógica, lúdica, que traz benefícios como coordenação motora ampla, fina, global, intelectual e grupal. Essa arte veio de um sofrimento e se transformou em uma energia, que dentro de cada criança se transforma num educar, num respeitar o próximo, respeitar o mais velho, e respeitar a diferença”.

Naiara Santos, a Fumacinha, é de Potiraguá e faz questão de valorizar a integração proporcionada pela capoeira, assim como a participação feminina. “A capoeira, pra mim, é vida. Conhecer várias pessoas e culturas, saber que cada casa tem seu mandamento, sua tradição. E fico muito feliz que tem várias mulheres aqui treinando. Lugar de mulher não é na cozinha, e sim na capoeira e onde ela quiser estar. Eu vim de tão longe porque eu amo a capoeira e gosto do mestre Acordeon, que é o nosso bisavô da capoeira”.

O instrutor Mateus Paixão, conhecido na capoeira como Rato, veio de Jequié para prestigiar o encontro. “É um momento único, e a capoeira traz isso pra gente, de reunir muita gente da região, da Bahia e de fora também. Gratidão ao Mestre Acordeon por estar nos proporcionando esse momento maravilhoso”. Já o aluno Tiago Santos veio de Ibicoara e acredita que a capoeira deve ser integrada ao dia a dia da educação. “A capoeira é muito importante na minha vida, que conheci há mais ou menos três anos. É uma cultura que todas as escolas deveriam ter. Eu venho da Chapada e sei como é importante, tira muita criança da rua”.

A programação do encontro segue até o domingo (17).

Um dos principais símbolos do país, com suas origens na luta e na identidade da população afro-brasileira, a Roda de Capoeira e o Ofício dos Mestres de Capoeira foram reconhecidos como patrimônio cultural brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2008, e no ano de 2014 a Roda de Capoeira foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

A Associação de Capoeira Viva Conquista foi fundada em 13 de abril de 1988, em Vitória da Conquista, pelos mestres Acordeon e Zoião. Desde então, o grupo promove grandes encontros de capoeira na cidade, com o objetivo de fortalecer o desenvolvimento e o crescimento das ações da capoeira como samba de roda, puxada de rede, maculelê, dança afro, oficinas de instrumentos e musicalidades.

Fonte: Ascom/PMVC | Foto: AScom/PMVC