Autor: Tico Oliveira | Foto: Tico Oliveira
“Eu fui, como todos os anos prestar homenagem junto ao túmulo número 5 no Cemitério da Saudade onde estão enterrados ente queridos da minha família, bem como, minha mãe, meu pai, tios, sobrinhos e meus avós paternos da família Portela Oliveira. Homenageio também a minha avó materna, Dona Maria Bem Vinda Leite”. Falou Tico Oliveira diretor responsável do Instituto Ticronays de Pesquisa, editor e diretor presidente do jornal impacto impresso e ON-LINE, e foi adiante “Fui com todos requisitos de segurança por conta da pandemia do novo coronavirus , coloquei minha capa de chuva, protegi minha pele ao máximo e coloquei o álcool em gel no bolso para facilitar a minha chegada até o tumulo, e na saída também me higienizei após colocar as flores e fazer minhas orações em memória dos mortos da família e a todos aqueles que sofreram com a mortalidade com esta pandemia que está ceifando vidas no mundo inteiro”, completou Tico Oliveira e fez uma observação: “ Este ano percebi que estava vazio o tradicional Cemitério da Saudade, as floristas também estavam reduzidas na porta e em torno da Praça da Saudade, isso significa que a população está preocupada com a alta taxa de infecção na cidade que já passou das 10 mil casos, com 185 mortes”. Completou.
Já dona Dinar que todos os anos se faz presente logo na chegada da Praça da Saudade revelou que este ano o movimento estava muito fraco, até o meio dia ela tinha vendido muito pouco e as flores estavam com preços que variavam de R$ 1,50 a unidade da Rosa, até buquês que chegavam até 30 reais.
Veja a história da data que se comemora o dia de finados no brasil e no mundo:
No Brasil, o Dia de Finados é celebrado em 2 de novembro. O feriado envolve um pouco de tristeza, além das saudades que as pessoas sentem ao lembrar dos entes queridos que partiram.
Porém, a data é celebrada em diversos países do mundo e, dependendo da cultura de cada local, o Dia dos Mortos não é exatamente um momento triste, de luto e silêncio. Enquanto aqui os cemitérios ficam repletos de pessoas que levam flores e fazem suas orações, há locais que fazem verdadeiras comemorações, com festa mesmo.
Assim, a memória de quem partiu é resgatada com horas de diversão e um certo entusiasmo. Os rituais variam bastante. Mais adiante veremos como outras nações homenageiam seus mortos.
A origem do 2 de novembro
A origem do Dia de Finados remete a uma longa história. As várias religiões e diferentes credos marcam a passagem da data por meio de hábitos e significados diversos. Se tornou difícil até mesmo saber exatamente quando os mortos passaram a ser celebrados uma vez por ano.
Uma forte possibilidades é que o Dia de Finados e seus rituais religiosos começaram ainda na Idade Média. Aproximadamente no ano de 998, um monge francês teria solicitado aos seus colegas, também monges, que fossem até o cemitério mais próximo pra rezar pelos mortos.
Afinal, segundo a crença deles, muitos do que teriam sido enterrados ali não tinha ninguém que rezasse por eles. Depois dessa ocasião, outros rituais passaram a ser realizados em diversos cantos do mundo.
Registros apontam que um pouco antes, no ano 732, o Papa Gregório III autorizou os padres católicos a realizarem missas em memória dos falecidos. Foi então que a homenagem se espalhou por toda a Europa.
O fato deste período estar relacionado ao ano 1000 faz sentido. Porque naquela virada de século, como também ocorreu ao final do ano 2000, alguns também achavam que o mundo acabaria. Por esta razão, a compreensão de que era necessário rezar muito pelas almas saírem do purgatório antes da data fatídica de fim de mundo.
E no século XIII, a tradição da igreja católica foi plenamente estabelecida. O 2 de novembro, um dia após o Dia de Todos os Santos, foi decidido como data anual para homenagem aos falecidos.
No 1º de novembro, a intenção era rezar por aqueles que cometeram pecados em vida e foram perdoados. Por isso, seguiam para a vida eterna em estado de graça. Sendo assim, entendeu-se que o dia seguinte seria bem adequado pra rezar para os demais mortos. Estes estariam precisando de ajuda pra entrar no céu.
Alguns estudiosos afirmam que o costume de celebrar os mortos já existia na antiguidade, principalmente no judaísmo. E que o cristianismo apenas herdou o hábito.
Como o Dia de Finados é celebrado de formas diferentes em alguns países do mundo
Festival e muita luz
No Japão, são três dias de celebração que ocorrem em 15 de agosto e não em 2 de novembro. Lá, é realizado um festival chamado Obom. As famílias se reúnem e com bastante respeito, é como se estivessem se preparando para o retorno dos que já partiram desta vida. Os japoneses acreditam que o espírito de seus ancestrais vá voltar.
Diante desta crença, eles não somente limpam os túmulos dos falecidos, como também colocam centenas de lanternas em frente suas residências. O objetivo é iluminar o caminho das almas ao encontro dos familiares queridos.
Céu colorido por pipas
A passagem do Dia de Finados é muito bonita na Guatemala. O povo vai às ruas e fica ao ar livre soltando pipas (papagaios para os paulistas) gigantes e coloridas. Desenhos, formas e a força do vento se unem pra fazer um show no céu. O sentido de tudo isso não é apenas decorar o que já é bonito, mas cada pipa representar uma pessoa daquela família que já morreu.
O barulho do poder do vento e sua força afastam os maus espíritos. Enquanto que a sensação de voar leva paz para aqueles que foram bons durante a vida e faleceram. Nas residências guatemalenses, também são comuns as mesas fartas de comida que nem acontece nos dias de festa. Em alguns bairros, as pipas são soltas a partir dos cemitérios.
Parada nas ruas e almoços festivos
Os espanhóis celebram o Dia de Finados com alegria. Se vestem com roupas coloridas e homenageiam seus mortos participando das paradas que acontecem nas principais avenidas. Eles comemoram no Dia de Todos os Santos, em 1º de novembro.
As famílias aproveitam para viajar até suas cidades natais e visitar os cemitérios. Além de flores, levam objetos decorativos. Os almoços têm um cardápio todo especial. E uma sobremesa caprichada feita por uma receita doce que leva marzipã, água, açúcar, ovos e calda.
Missa, músicas e tambores
O feriado nacional do Dia de Finados também ocorre no Haiti. Quem é vodu (considerado a maior religião no país) oferta bebidas e comidas nos campos onde há lápides. Em grupos, cantam músicas que foram passadas de geração pra geração. Estas cantigas são acompanhadas pelo som de grandes tambores objetivando acordar o Deus dos mortos.
Mas há também rituais católicos. Logo pela manhã, quem segue a religião católica vai à missa e visita cemitérios, levando flores aos jazigos dos familiares.
Caveiras coloridas
Não se pode falar dos países e seus costumes no Dia de Finados sem citar o México. Por lá, são famosas as comemorações e homenagens aos que morreram. Elas duram três dias, começando em 31 de outubro e indo até 2 de novembro.
São feitos verdadeiros altares ornados com objetos pessoais, velas, fotos e as conhecidas caveiras coloridas que são um dos símbolos do México. Os familiares dos mortos se reúnem no entorno positiva e animadamente. Muitas cidades mexicanas decoram as ruas para saudar os antepassados e reviver o legado dos mortos.
Piquenique e comida para os mortos
Na China, o Dia de Finados é em 5 de abril. Como no Brasil, a ida aos cemitérios é o costume principal. Mas, diferentemente do hábito brasileiro, os chineses realizam piqueniques e perto dos túmulos e colocam enfeites de flores e em coroas como as utilizadas aqui nos dias de enterros. O objetivo dos chineses é celebrar a continuidade da vida após a morte.
Num dos países mais fechados do mundo, a Coreia do Norte, os falecidos são homenageados no Dia de Ações de Graças. O costume é oferecer alimentos aos mortos. Desta forma, além da celebração da vida, as pessoas agradecem o que possuem.