Autor: SudoesteDigital | Foto: Divulgação
A delegada Gabriela Caldas Rosa de Macedo, da Polícia Civil da Bahia, está sob suspeita de ter vazado informações sigilosas da Operação Faroeste, da Polícia Federal, que desarticulou suposto esquema de venda de sentenças judiciais para sustentar a grilagem de terras no oeste da Bahia, sobretudo em áreas com plantios de soja. Estima-se que mais de 800 mil hectares de terras tenham sido griladas.
Nesta terça-feira (9), o Diário Oficial do Estado publicou a abertura de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra a delegada Gabriela Macedo, que, segundo a divulgação, “teria participação em organização criminosa, e com integrantes do denominado Núcleo de Defesa Social nas operações Oeste Legal, Immobilis, Leopoldo, Vortigem e Fake News, com a finalidade de afastar opositores do esquema criminoso”, liderado pelo “falso cônsul” Adailton Maturino dos Santos.
O blog não conseguiu contato com a delegada ou defesa dela para comentar o caso. Gabriela Macedo está afastada do cargo desde o final de 2020. Ela era chefe de gabinete do ex-secretário de Segurança Pública da Bahia Maurício Teles Barbosa, exonerado do cargo por envolvimento no esquema.
Assim como Gabriela Macedo, o ex-secretário Maurício Teles Barbosa, além da ex-Procuradora Geral de Justiça do Ministério Público da Bahia, Ediene Lousado, são acusados de fazerem parte do Núcleo de Defesa Social que supostamente atuava e favor da organização criminosa, conforme aponta o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A Procuradoria Geral de Justiça (PGR), que fez a denúncia ao STJ, informou que foi identificada “vinculação de Maurício Barbosa e Gabriela Caldas com diversos investigados, nos períodos que margeavam o cumprimento de medidas judiciais sigilosas nas Operações Oeste Legal, Immobilis, Leopoldo e Vortigen, a caracterizar eventual criação de verdadeira célula criminosa policial em benefício do crime”.
As defesas da ex-Procuradora Geral de Justiça do Ministério Público da Bahia, Ediene Lousado, e do ex-secretário Maurício Teles Barbosa já divulgaram notas à imprensa informando que iriam provar a inocência perante a Justiça.
Desde novembro de 2019, quando foi desencadeada, a Operação Faroeste resultou no afastamento de oito desembargadores do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), por decisão do STJ, e outros três juízes. Todos envolvidos com a venda sentenças. Dos oito desembargadores afastados, três estão presos preventivamente e uma em prisão domiciliar. | com informações do Blog do Mário Bittencourt.