Crédito do Banco do Nordeste para cacauicultura cresce 270% em seis anos
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Crédito do Banco do Nordeste para cacauicultura cresce 270% em seis anos

Produtores de cacau instalados na área de atuação do Banco do Nordeste (BNB) contrataram, em 2022, cerca de R$ 76,8 milhões. Os valores do último ano seguem um crescimento constante de demanda do setor por recursos que vem sendo registrado desde 2017 com alta média anual de 33% nas contratações. No acumulado dos seis anos, já são 270% de aumento.

Os pequenos produtores foram os que mais aumentaram os pedidos de crédito e respondem por cerca de 65% de todo o crédito contratado para a atividade de cacauicultura. Apesar de os produtores da Bahia concentrarem quase todas as contratações no período, outros estados da área de atuação do BNB vêm apresentando aumento nesse tipo de atividade, como Ceará, Maranhão, Sergipe, Piauí, Minas Gerais e Espírito Santo.

Paralelo ao aumento no crédito para produtores, os últimos seis anos também representaram crescimento no recebimento de cacau pelas indústrias do setor. Segundo dados da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), as empresas associadas receberam, em 2017, cerca de 150 mil toneladas de cacau para processamento. Em 2022, esse número superou 200 mil toneladas.

Segundo a presidente da AIPC, Anna Paula Losi, cerca de 90% a 95% da produção nacional é adquirida pela indústria de processamento. Por isso, houve, nos últimos anos, um trabalho das entidades representativas para estimular a utilização de crédito para financiar a produção nacional. “Estamos vendo aos poucos que o produtor está investindo para melhorar sua produção ou para fazer renovação das áreas”, afirma.

Para o superintendente estadual do BNB na Bahia, Diego Rocha, a Instituição está incentivando o fortalecimento da cadeia produtiva do cacau para ampliar a geração de emprego e renda nessa cultura. “Historicamente, nossa instituição sempre apoiou e valorizou a cultura do cacau, mas, nesse momento, é notável uma reorganização da cadeia produtiva com a verticalização por meio do surgimento de fábricas de chocolate e outros derivados da fruta na Bahia, novos investimentos em inovação pelos produtores, além de novas fronteiras para o cultivo no estado. Por isso, vislumbramos a oportunidade de alavancarmos os negócios na lavoura cacaueira com vistas a gerar mais desenvolvimento, emprego e renda para os cidadãos baianos”, afirma o executivo. Estimativas da AIPC apontam que a cadeia do cacau gera mais de 200 mil postos de trabalho no Brasil.

Outro estímulo importante ao setor foi a liquidação ou repactuação de 482 operações de crédito com produtores de cacau que tiveram prejuízo com a praga “vassoura de bruxa”. A liquidação dos contratos teve descontos de até 90%, a depender do porte do empreendimento. Já a repactuação implicou em bônus de até 50% nas parcelas. Esse benefício impactou na regularização de quase R$ 60 milhões em financiamento pelo Banco do Nordeste obedecendo o artigo 6º da Lei 14.166/21. A medida ajudou na revitalização e fortalecimento da cultura no País.

Fonte: Da Redação | Foto: Divulgação