Em abril de 2025, foi implementado pela Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Saúde (SMS), o Comitê de Zoonoses de Vitória da Conquista. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as zoonoses “são doenças ou infecções causadas por vírus, bactérias, fungos ou parasitas, naturalmente transmissíveis entre animais e seres humanos”. Essa iniciativa visa fortalecer a vigilância, notificação e investigação de casos envolvendo essas doenças no município.
O comitê reúne representantes de diversos seguimentos: Setor de Zoonoses, Defesa Civil, Conselho de Saúde, Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Secretaria Municipal de Educação, acadêmicos da faculdade Ufba e Uesb, Sindacs, ONG Arca, Secretaria Municipal de Serviços Públicos, Fiscalização e Postura, Laboratório de Saúde Pública (Lacen) e Atenção Farmacêutica, representantes de clínicas veterinárias e representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Coordenador do Serviço de Controle de Zoonoses e veterinário, Luís Cláudio Moura esclareceu os objetivos da implementação do grupo: “O Comitê de Zoonoses foi criado para discutir assuntos pertinentes e trazer respostas para o município. O foco será em todas as zoonoses presentes em Vitória da Conquista, como a raiva e a leishmaniose, mas a esporotricose vem sendo o tema principal devido o crescimento critico de casos no município”. Ele ainda traz destaque para a importância de ser uma atividade que articula os diferentes agentes atuantes na saúde e bem-estar da população: “É importante unir forças e ter olhares diferentes para encontrarmos as melhores soluções”, afirmou Luís.

2º Reunião do Comitê de Zoonoses
A primeira ação do comitê foi a realização de uma capacitação sobre esporotricose, dedicada para médicos, enfermeiros e agentes de saúde e veterinários do município, pois muitos desconhecem a infecção. Essa formação foi coordenada pela professora Gabriele Marisco, do Departamento de Ciências Naturais da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), da disciplina de Microbiologia. Nesta terça-feira (2), aconteceu a segunda reunião do comitê, no auditório de formação do Cemae, e a professora Gabriele também foi a responsável pelo direcionamento. Ela fez um resgate histórico da doença na cidade, e destacou os encaminhamentos e resultados da capacitação anterior.
“Essa doença é causada por um fungo que está presente no meio ambiente, e os gatos são os principais contaminados. Nós temos observado uma maior incidência de casos em felinos e em seus tutores. Precisamos divulgar informações sobre essa doença e desmistificar que o gato é o causador da doença, ele é também uma vítima”, declarou a professora. Gabriele ainda disse que esse espaço de debate é essencial para fortalecer a pauta e a busca por soluções, e apontou como principais metas: “A notificação obrigatória pelos veterinários, o trabalho preventivo, e a colaboração com a comunidade para o melhor direcionamento em casos de suspeita e/ou diagnóstico”.
- Luís Cláudio Moura
- Gabriele Marisco
- Leila Moreira
Leila Moreira é a vice-presidente da ONG Adoção, Recuperação e Cuidado Animal (ARCA), e apresentou alguns dados sobre a doença na cidade: “Eu trouxe um dossiê que mostra que desde a primeira reunião o número de casos aumentou muito. Em uma única região eles passaram de apenas um para 16”. E a partir disso, reforçou a relevância do comitê: “Foi o pontapé inicial, precisamos conscientizar a todos da importância desse movimento para o município. Controlar os casos para que a população não sofra mais, os animais já estão sofrendo muito. As ações que vão sair daqui vão melhorar a saúde pública do nosso município” concluiu.
Fonte: Ascom/PMVC | Foto: Ascom/PMVC