Pela primeira vez, o menino Alisson Levi, de 5 anos, ouviu sua mãe contar uma história infantil. “Ainda que ele saiba lê, ele pede: mamãe, lê isso aqui pra mim. Nossa, é indescritível!”, disse Rosilene Mendes, que é cega desde criança.
Na tarde de quinta-feira (5), ela e o esposo, José Arcanjo, membros da Associação Conquistense de Integração do Deficiente (Acide), estiveram com seus filhos Levi e Clara Sofia, de 2 anos, na Biblioteca Municipal José de Sá Nunes, para aprenderem a usar os óculos OrCam.
Os óculos fazem a leitura do texto e também são capazes de fazer áudio descrição das pessoas próximas, mencionando, inclusive, as cores das roupas usadas por elas para a leitura instantânea.
“Para mim, esse aparelho é maravilhoso porque possibilita que o deficiente visual leia sem auxílio, não precisamos de um ledor humano, por exemplo, e o mais importante de tudo é a autonomia que ele te dá de ler como qualquer outra pessoa”, falou Rosi.
Empolgada com o equipamento, ela citou outros benefícios como ler cédulas e reconhecer pessoas, ao etiquetar e deixar registrado.
A gerente da biblioteca, Jeane Marie Soares, que tem baixa visão, também falou da alegria em proporcionar este aparelho à comunidade cega. “Nós da biblioteca estamos muito felizes porque temos essa possibilidade, com a Orcam, de fazer com que os cegos usufruam mais deste espaço, tendo acesso ao nosso acervo com a orientação da gente. A tecnologia vem para dar essa facilidade, essa integração. E é muito bom fazer esse trabalho junto com a Acide”, comentou Jeane.
A biblioteca disponibilizará uma pessoa treinada para orientar esse público. Um projeto de leitura para cegos já é realizado e por isso recebeu o equipamento da Fundação Pedro Calmon, no final de novembro.
Fonte: Da Redação | Foto: Dvulgação