Os números de exportação tendem a continuar baixos relativamente aos do ano passado, além da logística problemática, o que manterá a pressão de consumo dos estoques remanescentes nos destinos
No seu primeiro levantamento da safra 2022/23, a Conab indicou a safra de café em 55,74 milhões de sacas, 17% maior que a do ano passado, sendo 38,7 milhões de sacas de arábica e 16,96 milhões de sacas de conilon. Pela projeção da Conab, a quebra do arábica frente há dois anos, último ano de alta bienalidade, será da ordem de 20%, ou 10 milhões de sacas a menos, o que nos parece fazer bastante sentido em relação à própria série histórica da autarquia para o arábica, embora para o conilon acreditemos, seguindo os números do USDA, que a produção é superior.
De acordo com o relatório agro mensal Itaú, em cima do balanço do USDA (2022/23 não foi divulgado) estimamos que o Brasil irá colher 62,5 milhões de sacas no ano 2022/23, sendo 40 milhões de arábica e 22,5 milhões de sacas de conilon. E considerando pequenas variações nos demais países produtores, a diferença entre a produção e o consumomundial passará de positiva em 2,6 para 6,8 milhões de sacas. Ou seja, salvo fortes alterações para pior nos números de 2022/23, seja no Brasil ou nos países concorrentes, até aqui improvável, o balanço global tende a aliviar um pouco a partir da entrada da próxima safra brasileira.
Posto isso, o cenário para os preços é de firmeza, com os próximos meses, em tese, sendo os de maior aperto no caso do arábica, antes do início da chegada da próxima safra. Os números de exportação tendem a continuar baixos relativamente aos do ano passado, além da logística problemática, o que manterá a pressão de consumo dos estoques remanescentes nos destinos. O momento oferece boa oportunidade de fixações pelos produtores para entregas futuras (2022 e 23), sobretudo focando em defender os custos de produção que subiram muito.
Fonte: Agrolink | Foto: Divulgação
