A prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, na noite desta segunda-feira, levou deputados da oposição a convocarem uma reunião de emergência em Brasília. O encontro, realizado no apartamento funcional do líder da oposição, deputado Zucco (PL-RS), reuniu alguns dos parlamentares mais alinhados ao bolsonarismo, que discutiram os próximos passos diante do agravamento da situação jurídica do ex-presidente.
Estiveram presentes nomes como Filipe Barros, Caroline de Toni, Delegado Caveira, Sanderson, Zé Trovão, Marcel Van Hattem, Evair de Melo, Carlos Jordy, Gustavo Gayer, Marco Feliciano, Osmar Terra, Paulo Bilynskyj e o próprio Zucco. A avaliação no encontro que durou por volta de uma hora foi a de que a prisão exige uma resposta política imediata.
A estratégia central discutida na reunião foi reforçar a narrativa de que Bolsonaro estaria sendo alvo de perseguição política por parte do Judiciário, em especial do Supremo Tribunal Federal (STF), e retomar com mais força duas bandeiras antigas do grupo: a anistia para condenados pelos atos de 8 de janeiro e a chamada “pauta anti-STF”, que inclui propostas para limitar o poder da Corte e mudar regras de indicação de ministros.
Além disso, os parlamentares discutiram formas de pressionar o Congresso a reagir institucionalmente e articularam a organização de atos públicos em apoio ao ex-presidente. Alguns defenderam a convocação de manifestações já nos próximos dias, com foco em Brasília e em capitais do Sul e Sudeste.
A prisão de Bolsonaro foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes após indícios de descumprimento de medidas cautelares impostas no inquérito das milícias digitais. O ex-presidente usava tornozeleira eletrônica desde o último dia 18, por suspeita de colaborar com seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), investigado por articular sanções contra autoridades brasileiras nos Estados Unidos.
Fonte: O Globo | Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo