Autor: Renato Machado | Folhapress | Foto: Ilustrativa/Paula Fróes/GOVBA
A Anvisa (Agência Nacional De Vigilância Sanitária) anunciou na noite de segunda-feira (21) que vai passar a inspecionar voos vindos do Reino Unido, além de impor algumas restrições aos passageiros vindos do país que aterrissam nos aeroportos de Cumbica (SP) e Tom Jobim (RJ).
A medida é consequência do anúncio do Reino Unido de que identificou uma nova variante do novo coronavírus, que seria até 70% mais transmissível.
Vários países na sequência interromperam sua ligação aérea com o país, como França, Bélgica, Holanda, Rússia e Canadá, entre outros.
Na América Latina, Argentina, Chile, Colômbia e Peru adotaram restrição de entrada no país.
Em uma nota divulgada na segunda-feira pela Casa Civil, o governo brasileiro informou que estava “acompanhando a situação”, mas que não iria adotar restrições de voos. A pasta argumentou que vai passar a exigir exames para detectar a Covid-19, do tipo RT-PCR.
“A portaria número 630, de 17 de dezembro de 2020, em seu artigo 7º, exige o teste do RT-PCR negativo para qualquer viajante, brasileiro ou estrangeiro, que queira ingressar no Brasil por via aérea, inclusive os passageiros de procedência do Reino Unido”, disse a Casa Civil em nota enviada no início da noite desta segunda-feira (21).
A exigência de exame negativo de Covid-19 é estabelecida em uma portaria da semana passada, mas só começa a valer a partir de 30 de dezembro.
A Anvisa, por sua vez, já começou a implementar suas medidas em um voo que chegou do Reino Unido na noite de segunda-feira, no aeroporto Tom Jobim.
A agência afirma que os procedimentos adotados incluem a inspeção ainda dentro das aeronaves. Depois agentes vão acompanhar os passageiros até as áreas de trânsito e desembarque, para preservar o distanciamento social.
O acesso às lojas do free shopping serão restringidas para esses passageiros.
Segundo a Anvisa, agentes do Ministério da Saúde farão o contato com os tripulantes e passageiros para verificar as condições de saúde e tomar eventuais providências.
“A Rede CIEVS (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde), ligada ao Ministério da Saúde, realizará os procedimentos de contato com os passageiros e tripulantes para monitoramento das condições de saúde e direcionamento aos serviços de atenção à saúde, bem como a adoção das medidas de prevenção e controle da Covid-19”, informou a agência em nota.
A agência listou seis procedimentos que serão adotados: leitura de mensagem sonora no voo, já em solo brasileiro com a presença da autoridade sanitária; fiscalização no interior da aeronave, antes do desembarque; orientação aos passageiros e tripulantes sobre o monitoramento dos viajantes em solo nacional por autoridades brasileiras de saúde; solicitação de informações sobre os passageiros e tripulantes à empresa aérea. Essas informações já foram enviadas às autoridades competentes; monitoramento dos procedimentos de limpeza e desinfecção da aeronave; e acompanhamento do trânsito dos passageiros até a área de imigração, orientando o distanciamento social e evitando a aglomeração.
A Anvisa ressalta que nenhum passageiro presente no primeiro voo inspecionado declarou ter sintomas da Covid-19 durante a viagem.