Ontem, 14 de março, o Diretor-Geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos, foi um dos speakers do Marex Summit on EU Deforestation-free Products (EUDR), realizado em Genebra, na Suíça, que teve como objetivo analisar soluções e modelos para atender ao regulamento europeu.
Além dele, o evento contou com as palestras de Toby Brandon, Senior Director of Soft Commodities Operations da ICE Futures Europe; Laurent Sagarra, Vice-President of Sustainability da JDE Peet’s; e David Browning, CEO da Enveritas.
Com duração de mais de cinco horas, o Marex Summit apresentou as principais propostas e modelos de trabalho para cumprimento do EUDR e foi seguido por um debate do tema realizado pelas empresas/trading companies Eisa, Volcafé, Sucafina e LDC.
“Tivemos a participação de aproximadamente 40 empresas. Um aspecto que muito nos orgulhou foi o fato de a maioria dos presentes nos procurar para informar que conhecem nosso trabalho e acompanham as ações proativas do Cecafé em busca do atendimento ao EUDR”, conta Matos.
Segundo ele, a forma de analisar os dados de geolocalização do Brasil, o Cadastro Ambiental Rural (CAR), os planos de melhorias nos dados via APIs, integrações através do certificado de origem da Organização Internacional do Café (OIC), entre outros, gera uma percepção de segurança entre esses players. “Sabemos que os desafios são imensos, mas o Brasil é sempre tratado de forma diferenciada por esse arcabouço de nosso trabalho”, explica.
Matos também anota que a Plataforma de Rastreabilidade Cafés do Brasil, desenvolvida pela parceria entre Cecafé e Serasa Experian, complementa propostas como a da ICE, e possui sinergia com diversas outras.
“Até mesmo na abordagem territorial de ferramentas ainda sem um grau de análise aprofundado, que podem gerar falsos-positivos sobre os cafés do Brasil, nossa plataforma pode ser um adicional que permite atestar que os cafés produzidos nesse determinado polígono cumprem pontos específicos da legislação, garantindo o compliance das exportações brasileiras ao EUDR em nível nacional”, comenta.
O foco no custo da rastreabilidade dominou a mesa de debate entre as empresas e todos entendem que não há um caminho gratuito, pois haverá ônus a serem arcados no processo rastreável, desde a produção, passando pelos diversos players até se chegar ao consumidor final.
“De maneira geral, o trabalho que estamos desenvolvendo no Brasil foi bastante elogiado, principalmente em relação ao nível de organização, com nossos parceiros internacionais reconhecendo a qualidade dos dados de geolocalização que temos. Genebra também foi positiva por permitir a realização de agendas paralelas com várias empresas e entidades internacionais, quando pudemos estreitar relacionamento e evidenciar as ações que realizamos para comprovar o atendimento aos critérios ESG, a devida diligência, a rastreabilidade e a sustentabilidade dos cafés do Brasil”, conclui o diretor do Cecafé.
Fonte: NoticiasAgricolas | Foto: Reprodução