Autor: Da Redação/SImmp | Foto: Divulgação
Chegamos ao sexto mês de salários cortados e ao segundo mês de salários zerados das sindicalistas Aliny Ribeiro e Nivia Mendes com a notícia de que consta no Diário Oficial do Município um desvio da verba da educação para a mobilidade urbana. As duas secretarias que mais sofreram com o governo Herzem Gusmão. Recentemente, inclusive, foram abertas licitações para empresas de transporte coletivo, após os escândalos envolvendo as duas que operam em Vitória da Conquista.
Essa boiada que tentam passar, no entanto, vem carregada de controvérsias. Pelo menos 25% da arrecadação municipal deve ser investida na educação e, se não estão acontecendo aulas presenciais, deveriam aplicar recursos para melhoria das aulas remotas. Porém, o que vemos nos últimos meses é que o governo municipal vem cortando os gastos com a educação, retirando incentivos dos profissionais, cortando 50% dos salários dos contratados. Esse governo também alterou os interstícios da tabela salarial dos professores, sem passar pela Câmara de Vereadores, ferindo a lei Nº 1.786, de 16 de dezembro de 2011.
Não houve investimento nas aulas remotas, nem distribuição de kits de alimentação em todos os meses, deixando os alunos da rede municipal em situação de pobreza e fome, para depois fraudar documentos, passar esses alunos de série, sem terem atingido as habilidades e competências necessárias, no intuito de aumentar números, para continuarem fazendo propagandas em cima do IDEB.
A realidade do município de Vitória da Conquista é entristecedora, principalmente no tocante da educação. Esse dinheiro que foi retirado poderia ter sido investido em internet de banda larga, equipamentos ou já ser preparado para pagar o retroativo dos salários dos profissionais da educação, que tentam, a todo o custo, dar calotes.
A viação rosa, por exemplo, tem a operação bancada pela PMVC, sem ter, pelo menos, uma licitação para validar a sua atuação na cidade. Os valores já ultrapassam 37 milhões de reais para um serviço tão ruim, que teve até que tirar do caixa da educação para manter em atividade.
O governo Herzem Gusmão vem repetidamente se envolvendo em polêmicas sobre a aplicação de dinheiro. Quatro meses de prestação de contas do Fundeb não aprovadas, gastos exorbitantes com mobilidade urbana, escândalos da Emurc, salários cortados que constam como pagos e agora desvio de dinheiro do caixa de uma secretaria para outra.
É uma gestão irresponsável e que vem sucateando todos os setores que são em favor do cidadão. Neoliberal, favorecendo, como sempre, os empresários e utilizando dinheiro público para aplicar o seu projeto de destruição dos serviços públicos. Não podemos fechar os olhos, deixar passar a boiada e o calote na educação. Quais serão os outros setores beneficiados pelos cortes na educação?