Neste domingo, 2 de abril, é celebrado o Dia Mundial do Autismo. A data tem o objetivo de conscientizar e informar a sociedade sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), uma condição neurológica que afeta a comunicação, interação social e o comportamento desses indivíduos. Especialistas em saúde afirmam que a família tem um papel fundamental no tratamento das pessoas com autismo. Os familiares devem estar envolvidos em todo o processo terapêutico, além de serem uma fonte constante de apoio emocional e auxílio.
A atenção aos possíveis sintomas e a busca pela ajuda profissional para a identificação do transtorno é a chave de um tratamento bem-sucedido, que pode envolver terapias ocupacionais, fonoaudiológicas, psicológicas e comportamentais. No entanto, a desinformação ainda é um impasse nesse percurso. É o que aponta Mary Makhoul, coordenadora de Saúde e Prevenção da Federação das Apaes do Estado da Bahia (Feapaes-BA). “Quando a família não possui suporte e orientação adequados muitas barreiras se formam, como a falta de um diagnóstico mais preciso e a criação de mitos”, afirma.
Jurandir Mato Grosso, além de coordenador da área da Família da Feapaes-BA, é pai de Vitor, um jovem autista, atendido há 24 anos pela Apae de Feira de Santana. Para Jurandir, o primeiro passo é a aceitação e a procura por caminhos de tratamento. “Os pais devem assumir o enfrentamento dessa condição que, infelizmente, ainda é muito tímido. O engajamento de toda a família se torna necessário para o desenvolvimento do autista, através da compreensão e da assistência. É preciso grandes doses de amor e dedicação”, pontua.
A atuação em conjunto de diferentes agentes é vital para garantir uma vida melhor para as pessoas com autismo, de acordo com Mary. “A parceria entre a família, a escola e os profissionais da saúde é crucial para o sucesso do atendimento, visto que são necessárias condutas que sejam acessíveis a todos, para que haja a estreita comunicação nessas três esferas e efetividade das ações”, afirma a coordenadora.
Cristiarrana de Oliveira, mãe de Thais, de 17 anos, atendida há nove anos pela Apae de Feira de Santana, conta que, além da busca pela ajuda especializada, a sua participação e de outros familiares na vida da filha foi primordial para o aprendizado e a socialização da jovem. “Não é uma missão fácil, mas existem muitas maneiras de ajudá-los. Estou sempre em busca de conhecimento, procurando perceber as necessidades e trabalhando em conjunto com a escola e com os profissionais da Apae”, explica.
Fonte: Da Redação | Foto: Acervo Pessoal/ Jurandir Mato Grosso