Em julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) havia recomendado que homens que fazem sexo com homens reduzissem o número de parceiros sexuais como forma diminuir a transmissão da varíola dos macacos. Entretanto, a infectologista Clarissa Ferreira alerta que a doença não é exclusiva deste público.
“É importante reforçar que a doença não é exclusiva de homens que fazem sexo com homens, é muito mais por conta da proximidade em decorrência das relações sexuais que eles acabaram se infectando. Simplesmente um estudo dos casos da varíola dos macacos que aconteceu, e que foi avaliado, viu a prevalência da doença, mas qualquer pessoa pode se infectar tendo contado com a pessoa doente”, explicou a especialista, em entrevista ao Bahia Notícias.
De acordo com a médica, a transmissão da varíola dos macacos não acontece por conta da orientação sexual, mas sim através das relações sexuais e da próximidade, que são fatores que expõem a doença. “As lesões, qualquer tipo de lesões, mesmo sendo discretas, oferecem riscos de transmissão, inclusive se for por contato direto com essa lesão”, apontou.
Entre os sintomas, a varíola dos macacos provoca febre, dor de cabeça, calafrios, dor muscular, além das lesões que podem surgir no rosto, dentro da boca, mãos, pés, peito, genitais ou ânus. Segundo a infectologista, a infecção pode se desenvolver no reto e, no último trabalho publicado sobre os casos que ocorreram no mundo, grande parte das pessoas tiveram lesão no local.
Em relação ao tratamento das lesões, os médicos orientam cuidados sintomáticos, além de recomendar deixar as lesões limpas e secas, e evitar coçar, como forma de prevenir infecções secundárias, que podem ser causadas por microorganismos presentes nas unhas.
Pessoas com sintomas, ou com suspeita da doença, precisam procurar os serviços de saúde. Conforme o protocolo de ação contra a doença, divulgado pela Prefeitura de Salvador, o esquema de ação vai envolver a definição de casos, o isolamento, a avaliação do quadro e o estabelecimento do tipo de isolamento a ser adotado, que pode ser domiciliar (para casos leves) ou hospitalar (em situações mais graves) – veja aqui.
Entre as dúvidas frequentes sobre a doença, está a prevenção. Clarissa informa que para conter a infecção da varíola dos macacos se deve evitar o contato com pessoas doentes.
“Uma vez que tem alguém com algum tipo de lesão de pele é preciso ficar atento para evitar esse contato, evitar a aquisição desse vírus, porque é uma doença transmitida pelo contato principalmente. E uma vez que você teve contato com alguém é necessário ficar monitorando os sintomas, se vai ter febre, dor no corpo e alguma lesão de pele”, citou a médica.
A imunização contra a doença seria outra maneira de prevenir a varíola dos macacos. A vacina contra a varíola humana tem eficácia de até 85% e, conforme a infectologista, a depender do número de casos circulantes, há a possibilidade de ter que recuperar a vacina para avaliar a aplicação, mas isso depende de questões de políticas públicas.
Fonte: Bahia NOticias | Foto: Freepik