Entenda qual a fatia do eleitorado que Bolsonaro vai pior e por que ele pode ser decisivo
Nem os evangélicos, nem os jovens. O grupo que realmente pode tirar Jair Bolsonaro da presidência são as mulheres, em especial as mais pobres.
O último levantamento do DataFolha mostra a alta rejeição ao presidente entre o eleitorado feminino e, ao mesmo tempo, a aceitação de Lula neste grupo de pessoas.
Segundo o DataFolha, 60% das mulheres que ganham até dois salários mínimos não votariam em Bolsonaro de jeito nenhum. Em relação a Lula, esse índice é de 25%.
A rejeição ao atual presidente vai diminuindo conforme a renda das mulheres aumenta, mas continua com números significativos. Entre as mulheres com renda entre 2 e 5 salários mínimos, 56% rejeitam o nome de Bolsonaro e 37% rejeitam Lula. Entre as que ganham mais de 5 salários, a rejeição a Bolsonaro também é de 56% e a rejeição a Lula chega a 41%.
Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam que o país tem cerca de 149,8 milhões de eleitores, dos quais 79,2 milhões são mulheres e 78,4 milhões são homens. Ou seja, as mulheres são a maioria e tem peso decisivo nas eleições.
O presidente vem tentando conquistar espaço entre as mulheres, mas será difícil reverter essa rejeição até outubro.
Nem mesmo a estratégia de usar a primeira-dama Michelle Bolsonaro na campanha deve ser suficiente para conquistar os votos que precisa.
Enquanto isso, Lula pode usar esses dados para falar diretamente às mulheres e ganhar terreno principalmente entre as que possuem a renda mais alta, exatamente onde ele tem a maior rejeição.
Embora a rejeição a Bolsonaro diminua conforme a renda aumenta, a avaliação do governo é a pior entre o eleitorado feminino que ganha mais.
No grupo que ganha mais de 5 salários, 57% das mulheres avalia o governo como ruim ou péssimo.
Entre as que ganham de 2 a 5 salários, 54% delas acham a gestão ruim, e entre as que ganham até 2 salários, 50% consideram o governo ruim ou péssimo.
Os obstáculos são grandes. Bolsonaro vai ter que trabalhar muito se quiser garantir sua reeleição, principalmente com os votos das mulheres brasileiras.
Fonte: Veja | Foto:Sergio Lima/AFP