A plataforma não irá enviar suas produções para festivais este ano
Autor: Folhapress | Foto: DR
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Netflix não pretende enviar nenhum de seus filmes originais para competição em festivais de cinema esse ano, segundo reportagem do site Indiewire.
Ainda que o serviço de streaming apoie alguns desses festivais, o plano é não enviar nenhum filme ou estrela para prestigiá-lo, numa mudança brusca de foco em relação aos últimos anos, em que as estreias de grandes produções da casam como “Roma”, de Alfonso Cuarón, e “O Irlandês”, de Martin Scorsese, passarem pela primeira vez nos festivais de Veneza e Nova York.
Apesar do cancelamento da edição 2020 do Festival de Cannes por causa do novo coronavírus, outros festivais ainda estão de pé para o segundo semestre. É o caso de Veneza, Toronto e Telluride, por exemplo.
A maioria, contudo, enxerga pela frente a realização de edições reduzidas, com maior participação de profissionais locais e parte da programação feita de forma virtual. Por isso, segundo o Indiewire, a Netflix optou por não aderir a nenhum deles em 2020 e irritou diretores de festivais, que afirmaram que a decisão piora um cenário já drástico, especialmente para mostras menores.
Entre os lançamentos mais aguardados da Netflix estão “Mank”, cinebiografia do roteirista Herman J. Mankiewicz dirigida por David Fincher e estrelada por Gary Oldman; o drama familiar “Hillbilly Elegy”, de Ron Howard, com Glenn Close e Amy Adams; e os novos filmes do diretor e roteirista Charlie Kaufman e da dupla de atores Viola Davis e Denzel Washington.
Os festivais costumam ser o primeiro passo que filmes dão em direção à temporada de prêmios, mas esta também foi abalada pela pandemia, que afetou profundamente o mercado cinematográfico.
O Oscar e o Globo de Ouro já afirmaram que vão, excepcionalmente, permitir que filmes exibidos apenas em serviços de streaming concorram aos prêmios. A data prevista da festa da Academia, em fevereiro, aliás, periga ser adiada, por causa da crise.
Ainda não é possível saber se a decisão da Netflix é simplesmente efeito da pandemia ou se o grande serviço de streaming, que se fortaleceu mais do que nunca com a quarentena, está sedimentando uma independência cada vez maior do resto da indústria.