A apresentadora falou também sobre situações de racismo: “‘Tira aquela neguinha da Globo daqui’. E eu passei todo o governo Figueiredo ouvindo”
Autor: Metro1 | FOto: Divulgação
Glória Maria relembrou com sinceridade e bom humor as imagens icônicas de quando ela fumou maconha em uma reportagem na Jamaica. “Eu fumei aquele negócio na mais radical e pura comunidade rastafari da Jamaica. Nós negociamos três meses, assinamos um papel dizendo que a gente respeitaria todos os regulamentos, inclusive rezar na entrada e fumar na saída”, disse ela, em entrevista a Pedro Bial.
E continuou: “Depois que a gente saiu de lá, ficamos na recepção do hotel por umas cinco, seis horas, sem conseguir voltar para o quarto. Ninguém sabia onde estava. Até hoje não sei se voltei”.
A apresentadora ainda falou sobre ter sofrido racismo durante a ditadura militar no Brasil. “‘Tira aquela ‘neguinha’ da Globo daqui’. E eu passei todo o governo [João] Figueiredo ouvindo”, contou.
Ainda sobre esse tema, Glória não fez a Glória: “A diferença é que hoje as coisas ganham uma proporção maior. Nada mudou, a discriminação continua igualzinha. As pessoas acham que hoje é pior. Não, não, não. Quem não gosta de preto, não gosta. Quem é racista é racista. Não adianta a Glória Maria apresentar o Jornal Nacional, o Globo Repórter, o Fantástico”.
E finalizou: “Ela é negra? Então, tem que ser discriminada ou diminuída. (…) Dizem assim: elas não percebem’. Percebem, sim. Elas sabem que são racistas e gostam de ser. E quem é racista tem o prazer de ser racista, tem prazer em diminuir o outro seja do jeito que for”.