Policiais federais apreenderam, na manhã desta terça-feira (14/3), cerca de R$ 270 mil em um cofre localizado no endereço ligado ao advogado Ravik de Barros Bello Ribeiro, no Maranhão. O mandado de busca e apreensão ocorreu no âmbito da Operação Habeas Pater, que apura crimes de corrupção ativa e passiva. A PF também fez buscas na Asa Norte, área nobre de Brasília, no escritório de Bello Ribeiro. Ele é filho do desembargador Cândido Ribeiro, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
Os mandados foram expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O advogado e o desembargador são suspeitos de venda de sentenças para traficantes. Caso pai e filho venham a responder pelos crimes poderão ser condenados a até 12 anos de prisão.
Ao todo, são cumpridos nove mandados de busca e apreensão em Brasília, sete em Belo Horizonte, em Minas Gerais, e um São Luís, no Maranhão.
Em 2018, Ravik foi alvo da operação Operação Abscôndito II. Na ocasião, mandados de busca foram cumpridos no Distrito Federal, São Luís, Imperatriz e Goiânia. No relatório, a PF apontou que um dos investigados teria dilapidado seu patrimônio e transferido os bens para o advogado Ravik, visando impedir que fosse decretada a perda de tais bens, violando, assim, medidas cautelares impostas pela Justiça.
No mesmo ano, Ravik foi investigado suspeito de obstrução de Justiça no âmbito da Operação Sermão aos Peixes, que apurou um esquema de desvio de recursos federais destinados a saúde do estado do Maranhão durante a gestão da ex-governadora Roseana Sarney (MDB).
A Justiça Federal do Maranhão decretou o sequestro e a indisponibilidade de 10 imóveis do advogado.
Outro lado
A reportagem tentou contato com o escritório de Ravik de Barros Bello Ribeiro, que informou que não ira se manifestar. O espaço segue aberto. O Metrópoles também acionou o TRF. O espaço também segue aberto para eventuais manifestações.
Operação Flight Level II
A operação que investiga pai e filho tem a ver com outra ação deflagrada pela PF nesta terça e que tem como alvo uma quadrilha de tráfico internacional de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
As investigações da Operação Light Level II apontam que os envolvidos na primeira fase da ação da PF seriam uma “célula” do bando.
Foram identificadas aquisições de imóveis, veículos de luxo, joias e criptoativos, sem que os rendimentos declarados fossem suficientes para justificar o acréscimo patrimonial no período.
Estão sendo cumpridos 25 mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte e região metropolitana, e nas cidades de São Paulo e Florianópolis, além de cinco mandados de prisão preventiva; cinco de temporária; 17 mandados de sequestro de veículos e de sete imóveis, bem como o bloqueio de contas bancárias e criptoativos de 34 pessoas físicas e jurídicas.
Participam do cumprimento dos mandados 120 policiais federais e 12 integrantes da Receita Federal. Os suspeitos poderão responder pelos crimes de tráfico de drogas, participação em organização criminosa e lavagem de dinheiro, com penas que, somadas, podem chegar a 38 anos de reclusão.
Fonte: Metropoles | Foto: Divulgação/PF