Toffoli anula provas de acordo de leniência da Odebrecht contra acusado de corrupção no México
Justiça Poder

Toffoli anula provas de acordo de leniência da Odebrecht contra acusado de corrupção no México

Acusado de receber suborno da Odebrecht quando esteve à frente da Pemex, estatal petroleira mexicana, o economista Emilio Lozoya conseguiu anular provas obtidas contra ele por meio do acordo de leniência firmado entre a construtora e o Ministério Público Federal (MPF) em 2017, no âmbito da Operação Lava Jato. Lozoya era um dos políticos mais próximos ao ex-presidente Enrique Peña Nieto,quando foi tragado pelo escândalo de corrupção envolvendo a Odebrecht e o alto escalão do governo do México de 2012 a 2016. Em decisão publicada na quarta-feira (12), o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou a imprestabilidade dos elementos probatórios obtidos a partir dos sistemas Drousys e My Web Day B, usados pela empreiteira para operações clandestina de distribuição de propina para políticos e dirigentes de estatais e encaminhados pelo MPF à Justiça mexicana.

Vale a pena ver de novo
Ao determinar a anulação das provas a pedido de Emilio Lozoya, Dias Toffoli argumentou que já havia adotado posicionamento idêntico em julgamentos anteriores sobre o material ligado ao Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, que ficou mais conhecido como o “departamento de propina” da empreiteira. Em setembro do ano passado, o ministro invalidou todas as provas do acordo de leniência com o MPF, quebrando a espinha-dorsal da Lava Jato.

Fim de papo
Ao mesmo tempo, a nova decisão de Toffoli se estende também aos depoimentos fornecidos com autoridades judiciais mexicanas pelo ex-presidente da construtora Marcelo Odebrecht e por dois ex-executivos da empresa, Hilberto Mascarenhas Filho e Luis Alberto Weyll, que comandava os negócios do grupo naquele país. Weyll foi apontado como responsável pelo repasse de US$ 10 milhões a Emilio Lozoya para a campanha presidencial de Peña Nieto, realizado em em nome da construtora. Lozoya chegou a ser preso em Málaga, na Espanha, e extraditado para o México em julho de 2020, quando passou a colaborar com a Justiça.

Distantes ou divididos
A representação baiana na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados (CCJ) vem andando em direções opostas ou ausente na análise de temas com grande repercussão. Caso da PEC das Drogas, aprovada por 47 a 13. Dos seis deputados da Bahia que são membros titulares da CCJ, quatro não compareceram à votação da proposta na quarta-feira (12): Paulo Magalhães (PSD), João Leão (PP), Arthur Maia (União Brasil) e Neto Carletto (PP). Os dois únicos parlamentares da bancada presentes à sessão se dividiram. Bacelar (PV) votou contra a tentativa de criminalizar o porte de drogas em quaisquer quantidades. Já Diego Coronel (PSD) foi a favor.

Sonho casado
Com o avanço na emenda do deputado federal Neto Carletto (PP) para isentar motocicletas do pedágio nas BRs de todo o país, o deputado estadual Nelson Leal, também do PP, vê chances de impulsionar projeto de lei semelhante apresentado na última sexta-feira (7) à Assembleia Legislativa (Alba) . A proposta concede o mesmo benefício nas rodovias sob jurisdição do estado. A de Carletto foi aprovada na quarta (12) pela Comissão de Transporte da Câmara. Leal agora espera que a dele ande em igual compasso na Alba.

Freio de arrumação
Líder da base aliada na Assembleia, o deputado estadual Rosemberg Pinto (PT) garantiu aos defensores públicos do estado que o governador Jerônimo Rodrigues vai atender aos apelos da categoria pela equiparação salarial com demais carreiras jurídicas, como a de promotor de Justiça. Pediu apenas um pouco mais de prazo aos representantes dos defensores, que deflagraram greve em 15 de maio. O tempo extra, argumentou, seria necessário para ajustes do governo ao projeto de lei encaminhado à casa pela Defensoria em 2023. Por ajustes, entenda-se reduzir o reajuste solicitado também para ocupantes de carreiras de nível médio e superior do órgão.

Goela abaixo
Criticada pela qualidade dos serviços prestados e um dos campeões entre os planos de saúde mais multados pela agência que regula o setor (ANS), o Hapvida venceu novamente a licitação pela conta da prefeitura de Salvador. Com isso, continuará a atender por pelo menos mais um ano os servidores municipais, tanto os da ativa quanto aposentados e pensionistas, mesmo a contragosto da categoria, para quem o Hapvida se tornou um calvário na busca por atendimento.

Fonte: M1 | Fot: Reprodução