As confrontações entre Israel e Palestinos têm raízes profundas e complexas. Embora as justificativas atuais desse antagonismo sejam analisadas como retaliações pela ocupação territorial, tais argumentos ainda são insuficientes para explicar completamente a extensão dessa hostilidade. No entanto, há um ponto em que todos concordam: a influência religiosa que permeia essa disputa.
Para entender esse contexto, é importante examinar a história das três religiões presentes nesse território: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Isso permite traçar paralelos e transferir informações dos significados históricos de uma crença para outra, chegando a uma conclusão geral idêntica.
Jerusalém é o epicentro da disputa, considerada sagrada, pois veem ali o berço das suas religiões. É onde Jesus foi crucificado, é o lugar onde o Profeta Maomé ascendeu aos céus, e onde foi depositada a Tábua dos Dez Mandamentos de Moisés.
No entanto, chama a atenção que a parte mais “sagrada” do planeta também seja a mais conflituosa historicamente. Além disso, é neste mesmo local que os líderes destas religiões “finalizaram” a sua jornada terrena. Não há dúvida sobre a magnitude e a missão Divina destes Profetas, e que todos foram guiados para o mesmo ponto.
Na busca destas respostas, vamos analisar estas “coincidências” à luz do Espiritismo. Segundo esta Doutrina, os mundos circulam no espaço infinito e oferecem moradas para todos nós. Assim já referia Jesus: “Há muitas moradas na casa do meu Pai”. Dentro desta perspectiva, somos oriundos da imensidão do universo e nossa trajetória é permanente, superando obstáculos na busca de aprimoramento e muitas vezes somos separados daqueles que possuíamos afeições.
Perguntamos se estas confluências religiosas não conduziriam a um “portal” de conexão espiritual com estes que convivemos em outras existências, assim como simbolizado pelos antigos egípcios através das pirâmides que vincularia a vida com a morte, numa intenção resplandecente de orientação evolutiva. E que estes povos disputam este mesmo espaço com a pretensão inconsciente de se conectar com o seu “paraíso perdido”. Os profetas seriam um olho d’água vertendo para saciar a sede daqueles que buscam percorrer esta trajetória de elevação.
Em última análise, estas perspectivas espirituais sugerem a influência da lei de causa e efeito. De acordo com essa crença, é concebível que antigos inimigos possam reencarnar e se encontrar novamente, como parte de um processo cármico, a fim de resolver questões pendentes. Embora essa perspectiva possa ser controversa, ela está respaldada por fatos autênticos e oferece uma abordagem adicional para compreender a profundidade das diferenças ideológicas e o rancor entre as partes envolvidas nesse conflito.
Mauro Falcão