Autor: Jeremias Macário
Estava aqui pensando numa maluquice, dessas de deixar qualquer um pirado. Já imaginou, pelo menos por um ano, todos os brasileiros se tornarem, em corpo e alma, norte-americanos ianques (me deixa fora dessa) e forem viver nos Estados Unidos, com tudo quanto tem direito! Por sua vez, eles viriam para o Brasil, para sentirem a barra pesada e descobrirem o que é mesmo felicidade!
Poderia proceder o mesmo colocando os países africanos mais pobres dentro dos nórdicos, e vice-versa. Riquinhos passando fome! Os latinos seriam asiáticos, e os asiático latinos. A Europa seria o Oriente (Iraque, Turquia, Egito e outros do mundo islâmico), ou poderia o Brasil ser Europa e levar os EUA para a terra dos “infiéis” terroristas islâmicos. Cada um se colocando no lugar e na pele do outro.
Seria a maior experiência laboratorial nunca realizada na história da humanidade. Quem sabe assim, depois de um ano, o mundo não seria melhor e mais feliz? Coisa de doido, mas que deve ser analisada com muita seriedade. Impossível, mas vale a pena tentar! Poderia ser uma solução e uma aprendizagem e tanta de vida!
Não sou muito de acreditar em estatísticas e tem aquelas óbvias ululantes, como as que dizem que o Brasil é um dos países mais desigual do mundo e que nossa educação é uma das piores. Tem também certas pesquisas, sem muita utilidade prática, que são feitas por cientistas desocupados. Não que seja negativista do tipo da terra plana!
Nos tempos atuais, valorizam mais os animais silvestres e domésticos que os seres humanos, que também são animais, os quais são chamados de racionais. Nem tanto assim, meu amigo camarada! São tantas as barbaridades, violências, ganâncias, incoerências e paradoxos! Como são racionais? É questionável!
O que tudo isso tem a ver com a felicidade? Que cara chato sou eu que não entra logo no âmago do assunto proposto! É que vi uma pesquisa, não olhei bem quem fez e qual o órgão, dizendo que os países gelados são os que têm mais felicidade. Pensei logo, por que não despejar toneladas de gelos em nossas cabeças? O Brasil se tornaria numa grande geleira, como no Alasca, no Polo Norte!
Pela apuração dos desocupados, a Finlândia é o país mais feliz do mundo pela sexta vez. Os outros são os gelados nórdicos da Noruega, Dinamarca, Suécia, Islândia e, nesse caso, por que não a Rússia, especialmente a região siberiana onde para lá são levados os opositores do governo, desde os tempos de Stalin. Os presos políticos chegam lá e ficam logo felizes.
O que mais transmite felicidade? É o gelo, o grau de instrução, a soberania, a segurança, a proteção e a qualidade de vida? Ah sim, ia me esquecendo que no ranking da pesquisa o Brasil ocupa a quadragésima nona posição no item felicidade. Aleluia! Aleluia!
Para dizer a verdade, sob a análise do nosso caldeirão de problemas, desde o racismo, a xenofobia, a homofobia, a pobreza e a miséria, o ódio e a intolerância, até que estamos numa boa colocação. Merecemos até umas medalhinhas, mesmo que sejam de latão. É por isso que não sou muito ligado nessas estatísticas.
Outra pesquisa feita por uma professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro aponta que o dinheiro, sim o dindim, todas daquelas notas de 100 numa carreta (as de 200 são fake news), fabrica felicidade. Nesse sistema capitalista burguês consumista sou obrigado a concordar, com algumas controvérsias, como dizia o aluno da “Escolinha do Professor Raimundo”. “Há controvérsias mestre”!
É, sem dinheiro a pessoa fica macambúzia e banza, como africano escravo aprisionado num porão de navio negreiro e levado para longe da sua terra natal, para receber chibatadas do seu dono, essas de cortarem o lombo. Dizem que comprar presentes em shopping aflora a felicidade, mesmo que seja por um certo período.
Viver em mansões, ter carrões de luxo e viajar, mesmo que sejam frutos da corrupção, também oferecem felicidade. Que se dane a consciência e a ética! Ela também tem seu preço e se rende quando se possui sacos e sacos de grana. A pesquisadora esqueceu de citar que o poder também traz felicidade. Aliás, poder e dinheiro andam de mãos dadas. São donos da felicidade.
Entretanto, como o homem não é tão racional assim, o money dos imbecis traz desgraças e até mortes em famílias (as malditas heranças) e incita o indivíduo a passar a rasteira no outro, sem dó e compaixão. A corrida do ouro, tão comentada pela história, deve ter ligação direta com a corrida pela felicidade, não importando o preço a pagar. Que viva a felicidade, mesmo que seja uma mera ilusão passageira!