O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, realizou neste domingo (6) um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV, para incentivar a vacinação contra a poliomielite e pediu que pais e responsáveis “vacinem suas crianças”. O chefe da pasta lembrou que a cobertura vacinal contra a doença está abaixo do ideal.
“Faço um apelo aos pais, avós e responsáveis: vacinem suas crianças contra a poliomielite. Não podemos negar esses direito ao futuro do nosso Brasil. Não podemos aceitar que ninguém, especialmente as nossas crianças, adoeçam e morram de doenças para as quais já existe vacina há tanto tempo”, disse.
Abuso de remédios e lotação de UTIs na pandemia causaram surto de fungo
A taxa de vacinação ainda está inferior a 70%. A meta é imunizar 95% das crianças abaixo de 5 anos. As vacinas continuam disponíveis nos postos de vacinação. É possível, sim, atingir a meta. Para tanto, é necessário o engajamento dos gestores de saúde e da sociedade civilMarcelo Queiroga, ministro da Saúde
O Brasil não registra casos de poliomielite desde 1989, graças à boa cobertura vacinal do público-alvo, que são as crianças até 5 anos. Em 1994, o país recebeu certificação da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) de que é uma área livre do poliovírus selvagem.
Mas, recentemente, a representante da Opas no Brasil, Socorro Gross, reafirmou que o risco de retorno da poliomielite é real nas Américas.
O ministro destacou que a baixa cobertura tem sido uma dificuldade enfrentada também por outros países. Para mostrar que é possível atingir a meta no Brasil, Queiroga citou exemplos de estados como a Paraíba e o Amapá, que superaram a marca de 90% do público-alvo.
Queiroga também garantiu que o ministério está “empenhado para manter o Brasil livre da poliomielite”. Ele citou ações que incluem a campanha de vacinação e disponibilização das vacinas nos centros de saúde.
“Nessa semana, o Ministério da Saúde lançou o Plano Nacional de Resposta à Poliomielite, que tem como base o fortalecimento da vigilância epidemiológica e laboratorial, e será implementado em conjunto com estados e municípios, com o objetivo de manter a erradicação do vírus”, explicou.
O plano de trabalho foi lançado na última terça-feira (1º). Entre as ações prioritárias está o fortalecimento da vigilância epidemiológica e da vacinação.
O Plano Nacional de Resposta a Evento de Detecção de Poliovírus e Surto de Poliomielite pretende estabelecer uma resposta coordenada, diretrizes e cronogramas para o fluxo de notificação, investigação e avaliação dos casos.
Nos dias 17 e 18 deste mês, o plano deve ser discutido com os estados. A capacitação de profissionais está marcada para iniciar no primeiro semestre de 2023.
Fonte: Uol | Foto: Reprodução