A Casa Memorial Governador Régis Pacheco sediou, na manhã desta quinta-feira (10), o II Seminário Jornalismo, Cidade e Patrimônio Cultural, além da mostra “EnCantos e EsPaços”, vinculados ao Projeto de Extensão Casas e Memórias, desenvolvido pelos estudantes do curso de Jornalismo da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). A mostra foi uma coletânea de projetos audiovisuais produzidos pelos alunos, que entrevistaram 49 moradores de Vitória da Conquista, relatando vivências em suas moradias ao longo dos anos. A coordenadora do projeto, professora doutora em Cultura e Sociedade, Mary Weinsten Silva, afirmou que esse projeto é uma resposta a uma demanda observada na comunidade. “A gente percebe que a casa, às vezes, não é tão valorizada dentro do universo social e político, mas cada pessoa tem a sua casa como um lugar sagrado, fundamental, é o seu lugar no mundo. Então, essa parte três do projeto tem a ver com isso, saber como é a experiência dessa pessoa comum, como ela está ali pertencendo a uma cidade, que é formada de casas. São pessoas que influenciam, com histórias que precisam ser registradas e que interferem na cidade”, explicou Mary. Mais de 80 discentes, professores debatedores e moradores puderam discutir sobre a casa, as formas de habitar, a memória que as casas carregam e o modo de viver das pessoas. A Casa Memorial Régis Pacheco, tombada pelo Decreto Nº 8.596/96, é um desses espaços vivos que carrega parte da memória política. “A Secretaria de Cultura apoia todas as iniciativas da sociedade civil, das associações, universidades, no sentido de buscar convergir essas forças para que nós possamos vencer os desafios que estão aí quanto à questão do patrimônio histórico e arquitetônico da cidade. E a Casa Régis é um espaço para isso, que representa em si uma preservação, a história política do município, um museu de acervo permanente que está aberto à população”, explicou o assessor da Secretaria Municipal de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, Marley Luciano Vital. Para os acadêmicos, essa foi uma oportunidade de pensar na memória de Vitória da Conquista e desenvolver um olhar diferente do jornalismo dentro da vivência acadêmica. “Foi uma experiência muito gratificante como jornalista, de lembrar de aguçar o olhar para sair daquele jornalismo de roteiro, pauta e script, e sentar pra ouvir o que as pessoas têm a falar sobre as suas casas e as histórias que carregam dentro das casas, que não são só quatro paredes”, disse a universitária Anne Xavier, que está no 6º semestre do curso de Jornalismo. Compartilhando desse mesmo sentimento, Lêda Lima Rocha, extensionista do projeto e estudante do 4º semestre, reforçou que essa foi uma força de dar voz para a memória da cidade. “Fomos em busca de histórias, ir na casa das pessoas e deixar que elas fossem protagonistas da sua própria história. Com isso, a gente pode dar voz a essa história, fazer um jornalismo diferente do jornalismo tradicional”, complementou a universitária.
Fonte: Blog do Anderson | Foto: SECOM | PMVC