A produção global de cocaína aumentou drasticamente nos últimos dois anos, segundo um relatório publicado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, Unodc. Entre 2021 e 2022, a alta foi de 35%, a maior desde 2016.
De acordo com o documento, os números são atribuídos a um aumento do cultivo da folha de coca, mas também a um aumento da demanda em diversas regiões do mundo.
No Brasil, durante a pandemia de Covid-19, a exportação de cocaína caiu. Ao mesmo tempo, houve um aumento elevado de mortes associadas ao uso da substância no país. O relatório atribui esse dado ao aumento da oferta interna.
As intercepções de carregamentos da droga também aumentaram significativamente em nível global. Em 2021, a quantidade recorde de 2 mil toneladas foi apreendida pela polícia.
EXPANSÃO
A chefe de pesquisa e análise do Unodc, Angela Me, disse à ONU News, de Viena, que o Brasil é um dos principais países de trânsito da cocaína. O documento afirma ainda que o Primeiro Comando da Capital, PCC, expandiu sua presença na África e na Europa e controla diversas etapas da distribuição de cocaína.
De acordo com ela, a droga que sai dos países produtores vai à Europa através do Brasil, seja diretamente ou pela África. O Unodc aponta que apesar do mercado da cocaína continuar concentrado nas Américas e em parte da Europa, há um grande potencial de expansão na África e Ásia.
A análise revela que o tráfico da droga pelo PCC usa a mesma logística do contrabando de produtos lícitos, como cigarros. O documento indica que outros grupos menores estão começando a operar no mercado da substância.
Fonte: Bahia Noticias | Foto: Reprodução / Unodc