Batizada de Rosas de Aço, a operação foi coordenada e executada por policiais mulheres da PRF e durante o comando foram intensificadas as ações fiscalizatórias, além de promover atividades de conscientização sobre o combate à Violência Contra a Mulher.
Autor: Da Redação | Foto: Divulgação
Garra! Competência! Eficiência! Assertividade! Essas foram algumas das qualidades que marcaram a quinta edição da Operação Rosas de Aço, realizada entre os dias 8 e 9 de março na Delegacia de Vitória da Conquista, na Bahia.
O evento alusivo às comemorações do Dia Internacional da Mulher teve como foco ações de prevenção de acidentes, fiscalização de trânsito, enfrentamento à criminalidade e também de mobilizar a sociedade em prol da causa para que as mulheres sejam protegidas de qualquer tipo de violência seja física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral.
Este ano, as equipes atuaram em várias temáticas conforme a especialidade de cada policial. Desde o combate ao narcotráfico, ao contrabando, o enfrentamento às fraudes veiculares até o de coibir crimes ambientais e de possíveis irregularidades de trânsito, estiveram entre os focos de fiscalização das policiais.
Além de policiais rodoviárias federais lotadas nas delegacias da Bahia e de Goias, o evento contou com a participação de duas servidoras administrativa, e também com a presença de policiais mulheres do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil e mais duas representantes femininas do Sistema de Trânsito de Vitória da Conquista.
O mais novo mascote da PRF BA, o cão farejador K9 Kaleo, também auxiliou as equipes nas fiscalizações em veículos e na busca de ilícitos como drogas, armas e munições.
Durante às abordagens, além da fiscalização e consultas de praxe nos sistemas informatizados da PRF, as policiais interagiram com motoristas, passageiros e demais usuários, ressaltando os direitos das mulheres e explicitados os tipos de violência que podem ocorrer com elas e de como denunciar essas ocorrências.
Em razão das medidas preventivas de combate à disseminação da COVID-19 não foram distribuídos panfletos no formato impresso. A PRF preparou um material educativo, no formato digital, abordando o assédio, uma forma de violência que muitas vezes é compreendido como inofensivo.
A novidade foi a distribuição de um card por meio do sistema de QR Code, no qual do próprio celular, as mulheres tiveram acesso ao “Assediômetro” ou termômetro do assédio. O material apresenta os níveis de aproximação que podem ocorrer e de forma bem prática apresenta as situações que configuram ou não o assédio e informa os contatos para denúncias e orientações. Foram usados as cores verde, amarelo e vermelho, tal qual um semáforo.
A ação visou destacar também a importância da valorização do espaço conquistado pelas policiais femininas como garantidora da segurança pública e de ressaltar a sua expressividade, força e desempenho na atuação de atividades operacionais, desmistificando preconceitos e mostrando para a sociedade que elas estão presentes em todas as profissões e aptas a encarar qualquer desafio.
No que tange às atividades de policiamento, os esforços resultaram na fiscalização de 200 veículos e 347 pessoas. Em 02 dias de operação, as policiais flagraram condutores cometendo infrações diversas e emitiram 68 autos de infração. Nesse ranking de imprudências mais constatadas o cinto de segurança, ou melhor, o não uso dele gerou 07 autuações. Quando o alvo das fiscalizações foi a criança sem cadeirinha, 01 auto foi emitido. Perigo também gerou o condutor de uma motocicleta que foi flagrado bêbado enquanto pilotava. Ele foi autuado por infração gravíssima, com multa de R$ 2.934,70 e mais 7 pontos na carteira.
No total, 04 veículos foram recolhidos ao pátio da PRF, por diferentes irregularidades seja na documentação, ou no estado de conservação e até ausência equipamentos obrigatório.
Além das ações de policiamento, a operação teve caráter educativo e 325 pessoas foram alcançadas com orientações no que se refere ao combate a violência praticada contra a mulher.
A Operação Rosas de Aço na Bahia teve início no ano de 2017 e desde então integra o calendário anual de operações do Setor de Operações (SEOP BA), responsável pelo planejamento, operacionalização e definição de equipes para execução das atividades. As edições anteriores aconteceram em Simões Filho, Eunápolis e Feira de Santana.
O Dia 8 de março
O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, surgiu por causa de um episódio histórico. Nesse mesmo dia em 1911 as funcionárias de uma fábrica em Nova York, nos Estados Unidos, entraram em greve reivindicando melhores condições de trabalho. Elas pediam uma jornada de trabalho menor (de 16 para 10 horas diárias), que seus salários fossem iguais aos dos homens e melhor tratamento no ambiente de trabalho.
Porém, somente em 1977 a ONU declarou o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher, e desde então a data é reconhecida para homenagear as lutas feministas por igualdade de oportunidades, espaço, justiça e respeito, além de celebrar as conquistas sociais, políticas e econômicas ao longo dos anos.
Diante de discriminações, violências, e outras tantas intolerâncias, a mulher, no cenário mundial, nunca deixou de ser protagonista de suas conquistas. Esse dia 8 de março também deve ser lembrado para que o espaço de reivindicações prossiga aberto e novas conquistas despontem.
Como denunciar
A violência Contra a Mulher ainda é uma realidade persistente e muitas das vezes sofrem algum tipo de agressão e nem mesmo se dão conta tais como a violência psicológica, praticada através de atitudes como ameaça, perseguição, constrangimento, humilhação, manipulação entre outras que ferem diretamente a dignidade e a moral na vida de milhares de mulheres.
Segundo o Ministério de Saúde, no Brasil, a cada 4 minutos uma mulher é agredida – pelo menos – por um homem. A violência contra a mulher está presente dentro do lar, no local de trabalho, na escola e muitas das vezes as vítimas sofrem caladas às agressões. Daí a necessidade de se promover constantemente ações que visem reduzir esse quadro de violência e também conscientizar toda a sociedade em prol da causa, além de incentivar as mulheres a ter coragem em denunciar e exigir medidas protetivas contra seus agressores.
Quando a mulher sofre algum tipo de violência pode ligar para a Central de Atendimento à Mulher (ligue 180), ou pelo aplicativo Clique 180. A denúncia é anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Por meio do telefone, a mulher receberá apoio e orientações jurídicas, psicológicas e sobre os próximos passos para resolver o problema. A denúncia é distribuída para uma entidade local, como as Delegacias de Defesa da Mulher (DDM) ou Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM), conforme o estado. Encaminha também o pedido de investigação ao Ministério Público.
Já nas rodovias federais as denúncias podem ser realizadas através do telefone 191 da PRF, que funciona em todo o Brasil.