O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou do primeiro desfile da Independência do terceiro mandato em meio à crise ministerial e tentativa de pacificação com as Forças Armadas. O evento contou com a presença dos chefes dos Três Poderes e até do Zé Gotinha.

O evento começou pontualmente às 9h. Acompanhado da primeira-dama, Janja Lula da Silva, o petista desfilou em carro aberto. A programação oficial durou cerca de 2h e contou com cortejo militar.

Lula assistiu ao desfile cívico-militar na tribuna de honra, ao lado do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB); do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); e da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), viajou para Alagoas, seu reduto eleitoral, ainda na quarta-feira (6/9) e só deve retornar à capital federal no início da próxima semana.

Em meio a uma reforma ministerial, o presidente contou com o apoio de grande parte do seu primeiro escalão. Inclusive, na tribuna de honra, estava presente o ministro Márcio França, que perdeu a pasta de Portos e Aeroportos e ganhou o recém-criado Ministério de Micro e Pequenas Empresas.

Antes da cerimônia, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, agradeceu o trabalho da agora ex-ministra do Esporte Ana Moser. Apesar do elogio de Padilha, Moser foi vista em avião saindo de Brasília em direção a São Paulo, nesta quinta de manhã.

Além de Padilha, participaram do evento os ministros Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral), Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Sonia Guajajara (Povos Indígenas), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Juscelino Filho (Comunicações), José Múcio (Defesa), Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar).

Também estavam presentes na cerimônia o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que acumula o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, José Múcio (Defesa), Anielle Franco (Igualdade Racial), Margareth Menezes (Cultura), Marina Silva (Meio Ambiente), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Nísia Trindade (Saúde), Luiz Marinho (Trabalho) e Renan Filho (Transportes).

Dois dos principais ministros de Lula, Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública) e Fernando Haddad (Fazenda) não compareceram ao desfile, mas se manifestaram pelas redes sociais.

O evento teve cerca de 200 convidados, entre membros do governo federal e representantes das Forças Armadas.

O governo estimou um público de 30 mil pessoas para assistir ao desfile militar, à Esquadrilha da Fumaça e às inovações propostas para este ano, com o tema: “Democracia, soberania e união”.

Após quatro anos de politização da data, o presidente Lula pretende fazer um contraponto às celebrações sob a gestão de Jair Bolsonaro (PL), retomando o caráter cívico e nacional da cerimônia.

Ao contrário do antecessor, que marcou as últimas festas da Independência com discursos inflados por retórica política e ideológica, além de ataques a outras instituições, Lula não pretende fazer declarações durante o evento.

O titular do Planalto fez um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV na noite da véspera, em 6 de setembro. O petista disse que a data “não será um dia de ódio nem de medo, e sim de união”.

Durante o discurso, Lula destacou temas importantes dos primeiros oito meses de seu mandato, como, por exemplo, a aprovação da lei de igualdade salarial entre homens e mulheres, o novo Marco Fiscal e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Fonte: Metrópoles | Foto: Igo Estrela/Metrópoles