A região central da Turquia e o noroeste da Síria foram atingidas por um terremoto de magnitude 7,8 nesta segunda-feira, 6. Autoridades locais afirmam que até o momento mais de 2.300 pessoas morreram nos dois países e outras 9.800 estão feridas, além de milhares de desaparecidos.
Em mensagem ao país, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, lamentou o episódio. “Transmito meus melhores votos a todos os nossos cidadãos que foram afetados pelo terremoto que ocorreu em Kahramanmaraş e foi sentido em muitas partes do nosso país. Todas as nossas unidades relevantes estão em alerta sob a coordenação da AFAD”, afirmou o político.
O número de mortos no incidente aumentou para pelo menos 2.308 pessoas. A Síria reportou 810 óbitos, sendo 430 em áreas controladas pelo governo, segundo a agência de notícias estatal síria SANA. Outras 1.284 pessoas ficaram feridas no país. Já a Defesa Civil síria relatou pelo menos 380 mortes e 1.000 feridos em áreas controladas pelos rebeldes.
Enquanto isso, na Turquia, a Agência de Gerenciamento de Emergências e Desastres disse que pelo menos 1.498 pessoas morreram e 8.533 pessoas ficaram feridas. Além disso, 2.834 edifícios foram destruídos.
O terremoto de magnitude 7,8, que ocorreu na madrugada desta segunda-feira, foi seguido por um segundo terremoto de magnitude 7,7 horas depois, enquanto equipes de resgate em ambos os países ainda tentavam procurar sobreviventes.
Os tremores foram sentidos até no Líbano, Grécia, Israel e na ilha de Chipre.
Erdogan, sob pressão para supervisionar uma resposta eficaz ao desastre devido à sua candidatura à reeleição no pleito de 14 de maio, disse que equipes de busca e resgate foram enviadas para as áreas afetadas. “Não sabemos até onde vai o número de mortos e feridos. Nossa esperança é superar esse desastre com o mínimo de perdas”, disse ele em um discurso.
“Este é o maior desastre que tivemos no último século, após o terremoto de Erzincan, em 1939”, acrescentou, citando o fenômeno no qual mais de 32 mil pessoas foram mortas no leste da Turquia.
Enquanto isso, na Síria, o Ministério da Saúde relatou danos nas províncias de Aleppo, Latakia, Hama e Tartus, onde a Rússia tem concessão sobre uma instalação naval.
Mesmo antes da tragédia, edifícios em Aleppo, que antes do início da guerra civil era o centro comercial da Síria, frequentemente desabavam, porque uma década de conflito arruinou sua infraestrutura. Além disso, quase não há supervisão para garantir a segurança de novos projetos de construção, alguns completamente ilegais.
Um serviço de resgate conhecido como Capacetes Brancos, braço da Defesa Civil Síria especializado em salvar pessoas presas sob escombros de ataques aéreos, disse que declarou estado de emergência para resgatar vítimas em áreas ao redor de Idlib.
A região afetada está em uma das zonas de terremotos mais ativas do mundo. A Turquia possui terras que se estendem sobre a linha de falha da Anatólia, no norte do país, que causam tremores grandes e destrutivos.
Izmit e a região vizinha de Kocaeli, perto de Istambul, foram abaladas por um terremoto de magnitude 7,4 em 1999, o pior a atingir a Turquia em décadas. O fenômeno matou mais de 17 mil pessoas, incluindo pelo menos 1 mil em Istambul. Especialistas há muito alertam que um grande terremoto poderia devastar a capital turca.
Naci Görür, especialista em terremotos da Academia de Ciências da Turquia, instou as autoridades locais a verificar imediatamente as represas da região, em busca de rachaduras, para evitar inundações potencialmente catastróficas.
Fonte: Veja | Foto: AFP