‘Fiquei 4 meses comendo jamelão e tomando água de coco’, diz homem resgatado de árvore em Salvador
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‘Fiquei 4 meses comendo jamelão e tomando água de coco’, diz homem resgatado de árvore em Salvador

Sérgio Rodrigo Guimarães Martins, de 29 anos, o operário que ficou em cima de uma árvore na Base Aérea de Salvador por cerca de 72 horas, contou que já estava há quatro meses no local, quando foi encontrado e resgatado.

“Fiquei lá uns quatro meses só comendo jamelão e tomando água de coco”, disparou Sérgio, em entrevista à TV Record, nesta segunda-feira (16).

Segundo ele, a vinda para Salvador foi para pegar um voo que o levaria de volta ao Maranhão, onde reside com a família – a mãe, esposa e uma filha de um ano. O operário estava trabalhando em Valença, no litoral Sul da Bahia, e se desentendeu com um colega de trabalho.

“A gente discutiu, não chegou a ser uma briga. Aí eu vim para cá [Salvador] para ir para o Maranhão, de avião, mas não consegui pegar o avião e surtei. Fui parar lá dentro do mato, lá na árvore”, revelou.

Sérgio ainda disse que ficou com medo das pessoas, por conta do surto que foi desencadeado com a impossibilidade de voltar para casa e só se sentiu protegido em cima da árvore. “Eu estava com medo das pessoas, de quererem me agarrar, fiquei assustado”, disse.

Ele relembrou que chegou a se comunicar com a esposa por telefone e mandou uma foto do local, mas depois perdeu o aparelho no esgoto.

Em cima da árvore, precisou usar os dentes e as unhas para se alimentar e se hidratar. “Descascava com meu dente, minhas unhas, olha como elas estão. Quebrava o coco e tomava a água”, afirmou.

Após ser resgatado, no último dia 5, ele foi encaminhado para o Hospital Psiquiátrico Juliano Moreira, no bairro de Narandiba. Durante o transporte até a unidade, ainda agitado, Sérgio quebrou o vidro da ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Sua mãe, que o acompanhava, chegou a desmaiar. Posteriormente, ele foi atendido na Fundação Doutor Jesus, em Candeias.

Fonte: Correio24hrs | Foto: Reprodução e Marina Silva/CORREIO